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TRABALHADORES DA SAÚDE EXPOSTOS | Em Fortaleza, capital com maior taxa de contaminados, trabalhadores da saúde seguem expostos

quinta-feira 16 de abril de 2020 | Edição do dia

Fortaleza é a capital com maior número de contaminados pela covid-19 por milhão de habitantes. A cidade registra 1.845 casos confirmados e 91 mortes. No entanto, falta EPIs e materiais de proteção básica para os profissionais da saúde.

Enfermeiros estão racionando materiais, tendo que usar máscaras caseiras de pano, alguns chegam a lavar as máscaras descartáveis para reutilizá-las, contrariando a medida de segurança elementar de que se troque de máscara a cada duas horas. Os materiais chegam de forma inadequada e escassa, e a previsão do governo cearense é de que a situação piore nos próximos dias.

O secretário de saúde, Carlo Roberto Rodrigues Sobrinho, já anunciou que os EPIs no sistema de saúde devem acabar nos próximos sete dias e que o estado está com dificuldade de comprar mais devido à falta de produtos no mercado internacional, lembrando que Donald Trump passou a roubar materiais destinados a outros países.

O secretário também avisou que há uma previsão de colapso do sistema de saúde do Ceará e que as mortes podem chegar até 250 pessoas por dia em maio. Só em Fortaleza, 90% dos leitos de UTI já estão ocupados.

Enquanto o governo federal fica com o jogo de empurra-empurra com o Ministério da Saúde, os profissionais de saúde seguem sem equipamentos básicos para ir ao front todos os dias combater o vírus. A população na periferia de Fortaleza segue suas vidas, muitos tendo que trabalhar normalmente, colocando suas vidas e a de seus familiares em risco. Os testes prometidos pelo governo chegam a conta gotas e são totalmente insuficientes.

Enquanto isso, a quarentena imposta pelos governadores e as tentativas de implementar medidas policialescas são autoritárias e totalmente irracionais, porque enquanto não houver testes massivos para a população vamos continuar com uma parcela desta isolada, sem saber se está ou não contaminada, e a outra parcela que segue trabalhando pode estar contaminada, alguns assintomáticos, transmitindo o vírus.

Em Fortaleza, a guarda-municipal e a polícia militar fizeram rondas nos bairros periférico de fortaleza para orientar a população a ficar em casa e evitar aglomerações em praças ou até mesmo nas calçadas. O Estado, ao invés de cumprir seu papel de garantir a segurança mínima à população com o envio de insumos básicos, como máscaras e álcool gel, envia a polícia para coagir a população.

O presidente, o ministro da saúde e os governadores que todos os dias aparecem na mídia burguesa fazendo demagogia para a população sequer seguem as recomendações da OMS, porque uma das recomendações centrais é a testagem massiva. Se estamos em uma situação similar a uma guerra, então que se converta as produções para abastecer com os insumos necessários os hospitais e a classe trabalhadora. Não vamos naturalizar que os enfermeiros e médicos trabalhem nas condições que estão em Fortaleza. Esses profissionais colocam suas vidas em risco todos os dias para salvar outras vidas, o mínimo que podem ter é equipamentos de proteção.

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