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ATAQUES AOS POVOS INDÍGENAS | Em Dourados (MS), Capangas atacam, agridem e ameaçam índios da retomada Ynhu Vera

Os capangas já atacaram brutalmente duas vezes a etnia e permanecem no local com caminhões, segundo o Coletivo Terra Vermelha.

sexta-feira 13 de setembro de 2019 | Edição do dia

Imagem: Banco de dados AND

Capangas atacaram índios no Mato Grosso no último dia 11 de setembro em Mato Grosso do Sul (MS), em Dourados. O Coletivo Terra Vermelha denunciou a atrocidade nas redes sociais. Veja o Relato abaixo:

"Com rojões, tiros e queimando barracos eles ameaçaram verbalmente os indígenas. Muitas mulheres e crianças viveram horas de terror.
Em ataques anteriores, sempre noturnos para não serem filmados, os capangas atearam fogo nos barracos e no Sapé para não poderem cobrir as casas; jogaram as comidas fora, destruíram as panelas com marreta para que não cozinhassem e tamparam os poços com pedras para que ficassem sem água.
Quando fomos lá na semana passada entregar doações, levamos muitas roupas, mas eles estão mesmo precisando de comida. Era visível a fome expressa no olhar das crianças."

Hoje, novamente, o Coletivo denunciou novamente que indígenas estão sendo ameaçados e agredidos no mesmo território. Várias caminhonetes permanecem alinhadas ao local e se vê muitos cartuchos no chão. As imagens são fortes:

Um governo que toma partido para destruir os povos indígenas

Bolsonaro toma o lado dos empresários e do agronegócio e se coloca contrário e todo conhecimento de disciplinas como Antropologia, que defendem esses povos. Nós tomamos dos povos indígenas, quilombolas, populações tradicionais e da fauna e flora nativas, cuja preservação está, inclusive, prevista na Constituição de 88, mesmo com todos os limites que podemos assinalar desta. As terras indígenas são protegidas por lei, são de responsabilidade dos índios, portanto não podem ser vendidas nem exploradas e constituem 13,8% do território brasileiro com mais de 800 mil indígenas vivendo nelas.

Um exemplo é a PEC 187/16, que libera atividade agropecuária em terras indígenas, ou seja, torna legal a atividade econômica, tanto agropecuária como florestal, dentro do território demarcado. Tem também a PEC 343/17, que vem na mesma esteira da supracitada, que permite a parceria entre terceiros que queiram fazer essa exploração e a FUNAI. Por "terceiros" leia-se as empresas do agronegócio, da pecuária e as grandes madeireiras. Com isso, o governo incentiva direta e indiretamente situações como essa, da etnia Ynhu Vera, que está sendo brutalmente atacada nesse exato momento.

Para o presidente, os indígenas deveriam se “integrar” a sociedade e não viver isolados em suas tribos. O que Bolsonaro propõe, em realidade, é a extinção dos povos indígenas, numa continuação do projeto colonialista que matou milhares de índios, agora em sua versão nacional. A decisão de incluir-se ou não na vida social “comum” do país e abandonarem suas aldeias cabe única e exclusivamente aos próprios indígenas. Somente um estado controlado pelos trabalhadores aliado as massas oprimidas que pode fornecer as condições para preservar as terras demarcadas e para autodeterminação desses povos.




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