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A VELHA NOVA POLÍTICA | Eleito como "Nova Política", Bolsonaro gastou mais em "Toma-lá-da-cá" do que Temer

Para aprovar a reforma da previdência que ataca os trabalhadores, bilhões foram destinados aos deputados. O montante é ainda maior do que foi com o governo Temer, marcado por escândalos de corrupção.

segunda-feira 6 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Imagem: Pedro Ladeira/ FolhaPress

Eleito com o discurso de "nova política", o "toma-la-da-cá", na prática, foi ainda mais intenso com Bolsonaro. O presidente desembolsou R$ 5,7 bilhões em 2019, valor acima dos R$ 5,29 bilhões que haviam sido pagos por Michel Temer em 2018 (o montante mais alto até então, já considerada a inflação do período).

Emendas são indicações feitas por parlamentares de como o governo deve gastar parte do dinheiro. Elas incluem desde obras de infraestrutura, como a construção de uma ponte, por exemplo, até valores destinados a programas de saúde e educação.

Com o discurso de que não pratica o "toma lá, da cá" - liberação de verbas em troca de apoio parlamentar - Bolsonaro praticamente manteve o ritmo de pagamentos que marcou governos anteriores e usou uma prática comum na política brasileira: acelerou a liberação de dinheiro quando precisou de apoio dos parlamentares.

O principal exemplo foi a aprovação da reforma da Previdência, que acaba com o direito dos trabalhadores se aposentarem, em julho. Os R$ 3,04 bilhões empenhados naquele mês - a primeira etapa da liberação de emenda - só não superaram o mês de dezembro.

O resultado da barganha foi o empenho de mais R$ 3,57 bilhões e o pagamento de R$ 1,27 bilhão até 28 de dezembro, dado mais atualizado do Siga Brasil, sistema do Senado que permite acompanhar a execução do orçamento federal.

Apesar dos trilhões de reais do orçamento federal destinados a pagar a dívida pública, e 376 bilhões de isenção fiscal a empresários, uma verdadeira corrupção legalizada, são os trabalhadores que pagam pela crise nesse governo. Os deputados ainda são agraciados por terem aprovado Reforma da Previdência, que retira o direito a aposentadoria no Brasil.




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