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ELEIÇÕES MEXICO | Eleições para Assembleia Constituinte da Cidade do México

As eleições para Assembleia Constituinte da Cidade do México acontecerão num contexto marcado pelas mobilizações do magistério e pela perspectiva de que nas urnas se expresse o descontentamento com o governo federal e da capital.

quarta-feira 1º de junho de 2016 | Edição do dia

As ultimas semanas, a megalópoles foi cenário de mobilizações contra a reforma educacional e contra as milhares de demissões com as que Peña Nieto e Aurelio Nuño querem intimidar ao magistério combativo.

Milhares de professores vindos de distintos estados reuniram-se na Cidade do México, levantaram uma e outra vez o plantão, pese às desocupações da mão da polícia da capital, e aguentaram a repressão pactuada pelos governos da capital e federal.

Na sexta-feira 27, uma grande manifestação - na que se integraram grupos das escolas da cidade de México- percorreu as ruas da cidade. Durante as semanas prévias, a onda ’guinda’ dos estudantes do politécnico também tinha tomado as ruas contra a reforma educacional.

Longe de ser umas eleições tranquilas, enquanto Mancera e Peña Nieto pretendem sancionar "sua" constituição, as e os professores estão ativos numa cidade onde a protesta social está na ordem do dia.

Uma constituinte à medida dos de cima

O governo federal e o da Cidade do Mexico fizeram de tudo que tiveram ao alcance para garantir uma Assembleia Constituinte à medida deles. Se auto atribuiram - eles e as Câmaras do Congresso - 40 lugares que não serão decididos pela população. Mandaram escrever um texto constitucional de porta fechada, do qual ainda não se sabe nada.

Distribuiram de forma desigual os privilégios economicos na rádio e na televisão. 21 independentes deverão dividir o mesmo tempo atribuido a cada um dos nove partidos. Isso tudo foi denunciado pela Chapa 5 "anticapitalistas à Constituinte, do Sérgio Moissen e Sulem Estrada.

Segundo uma recente enquete, um 40% da população desaprova a distribuição autoritária da Assembleia Constituinte, a qual poderia repercutir numa menor afluência às urnas no próximo domingo 5 de junho.

Queda dos partidos do Pacto por México?

Nas eleições de 2015, o ’Morena’ obteve um 24% dos votos e 6 delegações. O PRD, força hegemonica na cidad, caiu abaixo do 20%. O voto a Morena expressou nas urnas - para além da política dos seus dirigentes-, o descontento em amplos setores da população da cidade, que castigaram assim os partidos do Pacto por México.

Recentemente, o jornal ’El Financiero’ publicou uma enquete segundo o qual a metade dos votantes o fariam por alguma opção por fora dos partidos do Pacto por México, PRI, PAN ou PRD. O Morena poderia crescer até um 34%, e a chamada ’opção independente’ poderia atingir um 13%. Ainda que dentro dessa tem muitos vindos ou com relações com os partidos do Pacto - como Lorena Osornio ou Ismael Figueroa-, para amplos setores da população o ’espectro independente’ representa o ’novo’.

E por último está o conjunto de pequenos partidos como el PT, Movimiento ciudadano ou Encuentro Social, que alcançariam entre um 1% e o 4%.
Se no dia 5 de junho se confirmam as previsões das enquetes, significará um aprofundamento da queda do PRD, iniciada o ano passado. Isto pese a que na campanha tentou destacar o seu perfil de centro-esquerda e "se renovar" incorporando figuras independentes. O PRD procurou se mimetizar com o Morena e deixar no passado o caráter repressivo do seu ’presidenciavel’ Miguel Ángel Mancera.

O PRI e o PAN por sua parte, irão manter os votos do ano passado, apelando a seu "voto duro". Se o PRD continua caindo e o PRI e PAN não crescem, será claramente uma prova do descontento popular com o atual governo da capital, de baixissima aprovação e com as instituições federais. SE mostra uma grande brecha entre as aspirações de amplos setores da população da zona metropolitana e as politicas antipopulares e repressivas desses partidos.

Morena, pese a uma fraca campanha que se caracterizou por nenhum repúdio à repressão contra os docentes, poderia se consolidar como a primeira força na megalópoles, capitalizando parte importante do descontento com o governo federal e com Miguel Angel. A campanha de Morena aposta ao voto útil e já se prevê a luta entre as ’tribus’ ao estilo ’perredista’ entre as setores ligado a Monreal, delegado de Cuauhtemoc, e Martí Batres, presidente do partido na cidade. No entanto o partido de Lopez Obrador ja enfrenta novas contradições na medida em que ocupe lugares no governo: Crescer a partir das aspirações de mudança, e ser contrário a atacar os interesses dos responsáveis da exploração, opressão e miséria dos setores populares que governa.

Os independentes e os Anticapitalistas à Constituinte

Segundo ’El Financiero’, o 13% dos votantes optariam por um candidato das independentes. Ainda que fosse um valor menor, será novidoso, considerando que as restrições e limitações já citadas. Como colocamos anteriormente, isto responde à ruptura com os partidos do Pacto por México levaria a diferentes formações partidárias de centro-esquerda ou também aos candidatos que se apresentem como algo novo.

Na campanha se mostrou também que o "espaço independente" não é homogêneo e contém posições opostas. Há quem tem posições abertamente reacionárias como regular as manifestações (como Álvaro Luna, el#14) ou desocupar o plantão magisterial (como Cleto Lopez, el#7). Outros como o "bombeiro" Ismael Figueroa (el#1), conhecido pelo assédio aos afiliados ao sindicato que dirige de maneira autoritária, muito próximo a outros como Miguel Angel Mancera, ou Lorena Osornio, quem dirige de forma clientelista aos comerciantes de zonas do centro histórico e tem vínculos evidentes com o PRI. A realidade é que um grande número dos independentes não o são (independentes), em termos políticos, em relação aos partidos que serve mãos empresários.

Por sua parte a fórmula #5 com uma perspectiva abertamente anticapitalista apareceu como novidade não só por ser uma candidatura independente, mas também pelas propostas políticas apresentadas e o perfil assumido que denuncia abertamente ao regime político ao serviço dos capitalistas.




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