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Rio Grande do Sul | Eduardo Leite quer dividir educadores com proposta de reposição aquém da inflação do período

Com 47% de perda salarial dos trabalhadores da educação nos últimos 7 anos, Leite propõe um reajuste abaixo da inflação e ainda culpa os educadores de "quebrarem" o estado, enquanto os maiores empresários do RS sonegam bilhões. A direção central do CPERS acena aceitar a proposta. É preciso apontar para um caminho que faça com que sejam eles e não nós a pagar pela crise.

segunda-feira 20 de dezembro de 2021 | Edição do dia

A perda salarial dos trabalhadores da educação nos últimos 7 anos somam mais de 47% e perderam todos, ativos, aposentados e funcionários. Agora Leite vem com uma proposta que não repõe a inflação total e pretende dividir ativos, aposentados e funcionários de escola com percentuais de 32 a 5% e pior, além disso dizendo que são os educadores os responsáveis por “quebrar” o estado enquanto os ricos empresários do estado seguem sonegando bilhões de reais. A verdade é que Leite só pode propor reposição porque aprovou reformas contra o funcionalismo público, aumentando a arrecadação, essa reposição é realizada com dinheiro dos próprios educadores.

Com uma fração dos mais de 10 bilhões sonegados somente esse ano, de acordo com sonegômetro-rs.org.br, o governador Eduardo Leite poderia não apenas repor toda a defasagem dos salários dos profissionais da educação como conceder aumento e investir de verdade na educação pública. Porém para que esses capitalistas continuem ilesos é que Eduardo Leite cria a narrativa que quem quebra o estado são os funcionários públicos, que no caso da educação com R$ 730,6 milhões, menos de um décimo do que foi sonegado esse ano, se paga a reposição salarial do ano todo.

Esses mesmos grandes sonegadores gaúchos dentre os quais estão a JBS, a AMBEV, a Havan, Grendene, Gerdau, Marcopolo, Randon, Agrale, Tramontina etc, recebem incentivos fiscais também na casa dos bilhões se somados. Esses são os responsáveis reais pela crise e “quebra” do estado, e não os professores e funcionários de escola. Leite cria toda uma narrativa para esconder essas contas e jogar a crise sobre as costas das trabalhadoras e trabalhadores da educação.

Não há dúvida que há um desespero por alguma reposição salarial em uma categoria tão massacrada financeira e politicamente como o magistério gaúcho. Porém, como educadores precisamos apontar para o real problema financeiro do RS, que massacra funcionários públicos e população para seguir sustentando a sonegação e as isenções para os bilionários.

É preciso apontar para um caminho que faça com que sejam eles e não nós a pagar pela crise, e esse caminho inevitavelmente é o da unidade e o da luta. Um caminho possível dessa mobilização e luta é exigir o confisco dos bens dos grandes empresários sonegadores, para que se gere receita imediata para se investir em educação, saúde, saneamento e tudo o mais, inclusive para gerar empregos distribuindo todas as horas de trabalho entre todos os trabalhadores disponíveis com redução de jornada sem redução salarial. Fundamental nessa luta exigir reposição salarial igual a inflação para todos os trabalhadores, porque se tudo sobe de preço o salário tem que subir também.

Nesse momento a direção central do CPERS Sindicato acena para aceitar a proposta de Leite que repõe 5% para aposentados e alguns ativos e 32% para outros ativos, porém continua deixando funcionários de escola sem nada. Essa proposta vem sendo costurada com o reacionário Partido Progressista (PP). Porém, se Leite quer nos dividir precisamos fazer justamente o contrário, nos unir cada vez mais como uma só categoria, e mais, uma só classe que com seus próprios métodos e auto organização pode impor que sejam os capitalistas e seus políticos capachos que paguem pela crise, exigindo das direções sindicais e das centrais sindicais (a maior parte dirigidas pelo PT e PCdoB) que saiam da paralisia e utilizem todo o aparato sindical para construir a luta.




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