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EDUCAÇÃO | Eduardo Leite não paga em dia e exige curso EaD sem suporte para garantir a efetividade

Os professores gaúchos correm contra o tempo para conseguir se inscrever e concluir um curso à distância exigido pelo governo do RS para contar como efetividade do mês de março. Porém, o portal da educação não suporta a quantidade de acessos. Alguns professores sequer conseguiram se inscrever, outros se inscreveram mas relatam que o sistema trava a todo momento.

quinta-feira 26 de março de 2020 | Edição do dia

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É justificável a aflição dos professores do RS, correndo para tentar fazer o curso online que garante a efetividade na quarentena, pois o portal apresenta falhas e muitos não estão conseguindo fazer o cadastro e consequentemente o curso. Uma categoria tão sofrida e judiada, que desde 2015 vem amargando salários parcelados e sem um mísero porcento de reajuste, e que com o governo Leite teve dois cortes de salários seguidos, governo que não respeitou o direito de greve e destruiu com a previdência estadual e os planos de carreira.

Durante esta quarentena Leite obriga os educadores a entrarem no portal da Seduc e realizarem um curso para garantir a efetividade. Um absurdo ilegal, e sem suporte algum. Pois como ficam os colegas que não tem internet e nem computador em casa? Leite quer que a categoria faça deslocamento para ter acesso aos meios se expondo ao coronavírus? E os colegas endividados com o corte do ponto feito pelo governador que tiveram que atrasar o pagamento da internet? E aqueles que nem celular possuem que estão racionando inclusive para comprar comida? Um verdadeiro absurdo.

Além disso, feito o cadastro e completado o curso, quem nos garante que ele vai pagar nosso salário em abril? Irá o governador confiscar os bens dos grandes sonegadores para gerar uma receita imediata para investir na saúde? Irá acabar com as isenções bilionárias aos grandes empresários gaúchos? Taxar progressivamente as grandes fortunas? Ou irá massacrar ainda mais os servidores com atrasos e cortes ainda maiores de seus salários?

Por que não estatizar os hospitais privados sob controle dos trabalhadores da saúde, que são os que melhor sabem o que precisa ser feito para enfrentar essa crise sanitária, e colocar a serviço da população? Por que não converter quartos de hotéis em leitos hospitalares? Por que não voltar boa parte da produção industrial, tecnológica e universidades para a produção de testes massivos, equipamentos hospitalares e de segurança para o pessoal da saúde? A resposta é porque esse governo, embora contraponha o absurdo discurso de Bolsonaro contra o isolamento, defende os interesses burgueses do capital muito antes de defender as vidas das pessoas. Eduardo Leite nada tem de progressista só por defender um isolamento irracional sem identificar com testes os infectados. Seu discurso é demagógico ao dizer que a vida das pessoas está em primeiro lugar, depois a economia.

Essas questões colocadas acima só podem ser levadas à frente pelos trabalhadores organizados em cada local de trabalho e conectados com uma coordenação centralizada de suas ações. Somente tomando os meios de produção e o sistema financeiro em suas próprias mãos é que os trabalhadores poderão levar à frente seus interesses e assim colocar as vidas na frente dos lucros dos capitalistas. Por isso também devemos exigir que os dirigentes sindicais e centrais sindicais saiam do seu silêncio criminoso e levantem um plano de luta emergencial contra o coronavírus e todos os ataques neoliberais em curso. Devemos exigir o pagamento integral e em dia dos salários no período da quarentena!

Nossas vidas valem mais que os lucros deles!




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