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INTERVENCIONISMO IMPERIALISTA | EUA, em seu plano intervencionista, insiste que Assembleia da OEA decida sobre Venezuela

O subsecretário dos EUA, John Sullivan, voltou a insistir nesta terça (20) que se vote na Assembleia Geral da OEA a resolução sobre a Venezuela, já que na segunda-feira (19) não se chegou à maioria necessária de votos durante a reunião dos chanceleres.

quarta-feira 21 de junho de 2017 | Edição do dia

O subsecretário dos EUA, John Sullivan, voltou a insistir nesta terça que se vote na Assembleia Geral da OEA a resolução sobre a Venezuela, já que na segunda-feira não se chegou à maioria necessária de votos durante a reunião dos chanceleres. Também insiste em impor um grupo de países “para facilitar uma saída” para a crise do país, quer dizer, intervir abertamente em função de seus interesses.

Um discurso de que sua proposta é a criação de “um grupo equilibrado de nações interessadas em contribuir para uma resolução da crise da Venezuela”, o que busca os EUA é complementar sua política intervencionista, que nas últimas semanas havia se acentuado buscando debilitar ainda mais o governo de Maduro.

Frente à Assembleia Geral da OEA, o secretário do Departamento de Estado, Rex Tillerson, manifestou em meados de junho, que preparam uma “lista muito robusta” de membros do governo de Maduro para ampliar suas sanções argumentando “violações dos direitos humanos” na Venezuela. Durante uma audiência no comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes, o secretário de Estado declarou que “estamos trabalhando com o Departamento do Tesouro para desenvolver uma lista muito robusta de indivíduos” para sancionar. Em poucas horas, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, na Guatemala, chamou a condenar abertamente o governo de Maduro, incitando os governos da região a redobrar a pressão.

Dois dias depois, Trump pede que Tillerson promova maior intervenção da OEA sobre a Venezuela, quem, através do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, o presidente dos EUA “havia instruído o secretário Tillerson a colaborar com os países da região para que avancem as discussões sobre a Venezuela neste importante encontro”. A mensagem de Trump veio pouco depois de Tillerson afirmar, através de um comunicado, que estaria em Cancún para liderar a delegação estadunidense na Assembleia, o encontro anual mais importante da OEA. Porém, no final acabou não participando, enviando o subsecretario John Sullivan.

Como vemos, os EUA é um dos países que vinha impulsionando que a OEA mediasse a situação venezuelana, pretendendo impor uma série de condições ao governo de Maduro, contando para isso com todo grupo de países de lidera a direita latino-americana. É por isso que, insatisfeito de, na reunião de chanceleres da segunda-feira, não ter resolvido nada sobre a Venezuela, voltou a insistir na Assembleia Geral da OEA sobre a criação do que é chamado também de “grupo de contatos”. Por isso o subsecretario Sullivan sempre diz com um claro cinismo defender que a autorização da OEA para a criação do mencionado grupo seria um “passo modesto”. Embora não tenha mencionado futuros membros, falou tanto de nações da região como de “atores externos”, como o Vaticano e a ONU.

Uma proposta que, como era de se esperar, seria rechaçada pela representação do governo de Maduro na OEA. Apesar de Maduro ter anunciado que a Venezuela havia se retirado da OEA, mesmo continuando participando de suas reuniões, e se encontrar presente na 47a Assembleia Geral. No marco dessa Assembleia, o chanceler Delcy Rodríguez, em sua réplica, respondeu aos EUA que esse “grupo de contatos” é “completamente inútil e desnecessário”, além de uma “desafiada” da chanceler, dizendo que a única forma através da qual a América do Norte poderia impor sua vontade sobre a Venezuela seria “com sua marinha”.

Mas além desta tentativa, por parte dos EUA, de criar esse “grupo de contato”, os países, que ontem não conseguiram obter os 23 votos na reunião de chanceleres de condenação a Venezuela, que é liderada por México da qual também é parte os EUA, novamente negociam um projeto de resolução à Venezuela, para aprová-lo na Assembleia Geral. Esses países, entre os que também estão Canadá, Brasil, Argentina e Panamá, entre outros, tratam de convencer ao menos 3 países para se juntar aos 20 que ontem apoiaram a proposta e assim alcançar uma maioria “incontestável” dos dois terços, como eles dizem.

Embora a diferença na reunião de consulta de chanceleres, de acordo com o regulamento da Assembleia, só necessite ser de 18 votos para aprovar uma resolução, buscam mostrar que possuem os apoios que queriam na reunião dos chanceleres, dois terços dos 34 Estados representados no encontro, mas poderia terminar sendo uma resolução já debilitada por si só. O governo de Maduro argumentou que de qualquer forma, irá ignorar qualquer resolução tomada pela Assembleia Geral ou alguma outra reunião próxima de consulta de chanceleres. Porém, o governo Trump, parece decidido a ser mais ofensivo a respeito de Maduro.

É evidente que deve-se rechaçar toda intervenção imperialista. Isso porque o cinismo do imperialismo estadunidense em seu intervencionismo não pode ser maior. Os governos dos EUA são responsáveis pela violação dos direitos humanos e dos direitos elementares de dezenas de países, inclusive dentre de suas próprias fronteiras, e também de executar guerras intervencionistas contra povos inteiros. Desde a campanha eleitoral Trump não deixou de repetir seu discurso racista contra latino-americanos, incluindo a nefasta proposta de construir o muro na fronteira estadunidense com o México.

O rechaço à intervenção imperialista não implica endossar, de modo algum, o governo de Maduro que, longe tomar medidas que ataquem os interesses do imperialismo e seus sócios venezuelanos, frente à crise econômica que atravessa o país, tem tomado medidas de ajuste, e é um fiel pagador da dívida externa enquanto o povo trabalhador sofre as calamidades da crise.

Tradução: Douglas Silva




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