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ENEM E CRISE | ENEM: mais de 1,5 milhões de inscritos e a crise para entrar no ensino superior

As inscrições para o ENEM 2016 já alcançaram 1,5 milhão de pessoas no segundo dia. Em meio a crise da educação no país, que cresce com os cortes bilionários feitos pelo governo Dilma ao longo do último um ano e meio (R$ 13 bi até agora), o crescimento da busca pelo acesso à universidade pública se relaciona com as dificuldades cada vez maior de se manter em uma universidade particular.

quarta-feira 11 de maio de 2016 | Edição do dia

Como consta namatéria do G1, a crise no FIES vem fazendo com que muitos estudantes tenham que desistir do financiamento e, por consequência, do ensino superior. Quase metade (46%) das 250 mil vagas oferecidas pelo FIES neste ano de 2016 não foram ocupadas pelos estudantes por conta das mudanças das regras. Desde o ano passado as regras vieram sendo endurecidas, como o aumento da média no ENEM e da renda per capita mínima. Contando com os cortes de verba para o FIES e o PROUNI, menos estudantes tiveram acesso às universidades particulares no último período.

A resposta das grandes empresas educacionais diante desse cenário de crise, como Kroton, Estácio de Sá e Cruzeiro do Sul vem sendo mudar as estratégias de Marketing. A ideia principal é ‘fazer a mensalidade caber no bolso do aluno’, segundo o próprio vice-presidente de marketing e vendas da Kroton.

Não bastassem essas empresas lucrarem bilhões anualmente com o sofrimento dos milhões de estudantes que contraem dívidas para ter acesso àquilo que deveria ser seu por direito e gratuito, agora eles “desviam” da crise gastando milhões com publicidade e propaganda para jogar as mensalidades goela abaixo dos jovens. Para atingir as classes C e D e buscar cada vez mais lucros eles usam desde a imagem do nadador Gustavo Borges até a de Luciano Hulk. Isso tudo combinado com uma péssima qualidade de ensino na maioria das instituições.

O ENEM, portanto, aparece para milhares de jovens do país como uma alternativa de ter acesso ao ensino superior. Cresce a crise econômica no país, o governo Dilma corta bilhões da educação, diminuem-se os gastos com FIES e PROUNI, logo o ENEM aparece como um caminho viável.

O problema é que a crise na educação afeta também as universidades públicas, em especial as federais que possuem problemas gravíssimos de infra-estrutura, falta de professores, terceirização que precariza o regime de trabalho dos funcionários, salários baixíssimos aos servidores, etc. Tudo isso combinado com o acesso limitadíssimo à universidade pública (hoje, apenas cerca de 4% dos jovens entre 18 e 24 anos com acesso ao ensino superior estão em universidades públicas, ao passo em que os outros cerca de 12% estão nas particulares) faz com que o quadro de crise da educação seja ainda maior.

Na última semana, talvez se preparando para o possível impeachment, Dilma anunciou a criação de 5 outras universidades federais (que ainda estão por aprovação no Congresso e no Senado), mas nada falou sobre os bilionários cortes nas pastas de educação.

Agora com um possível novo governo de Temer, as expectativas não são positivas. Encabeçado por Mendonça Filho, do DEM (ex ARENA) o novo ministério da educação que se funde com o da cultura pode servir para atacar ainda mais a educação pública. Para isso vai haver muita resistência estudantil, como já vem havendo entre os secundaristas do RJ, SP, CE e agora os estudantes da UNICAMP que declararam greve




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