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DA UNESP | “É uma boa notícia”: diz professor da UNESP sobre estudante que perdeu metade da visão em ato

O professor Jairo José da Silva, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP de Rio Claro, comemorou a perda de metade da visão da estudantes Débora Fabri, 19, durante ato pelo Fora Temer. Em seguida bloqueou sua página no Facebook. Mas a indignação foi tamanha que gerou comoção nas redes sociais e a associação de docentes publicou uma nota de repúdio.

terça-feira 6 de setembro de 2016 | Edição do dia

De vez em quando tem notícia potencialmente boa. Uma garota ficou ferida na esbórnia pró-Dilma em São Paulo. Pode ficar cega. Se for petista é uma boa notícia, mas não vai fazer muita diferença, já que já são cegos como toupeiras”, o professor escreveu em sua página.

Quando as críticas começaram em sua página, o post não ficou mais de 20 minutos, até que foi apagado e sua página bloqueada ao público. Muitos estudantes se revoltaram, comentando contra o docente em sua página.

A estudante foi alvejada no olho por uma estilhaço de bomba jogada pela polícia, a chamada bomba de “efeito moral”. Casos como esse, e muitos outros que já ocorreram em manifestações no passado, mostram que de “moral” não tem nada no efeito dessa bomba. Ela é perigosa, coloca em risco a vida das pessoas e serve justamente, entre as outras ferramentas utilizadas pela polícia, para impor medo a qualquer tipo de resistência ao golpe e aos ataques que o governo Temer vem promovendo.

Mesmo com a repressão, que vem tentando conter todo o descontentamento com o golpe, o governo Temer e seus ataques, a luta segue com força nas ruas.

A ADUNESP publicou a seguinte nota de repúdio:

Associação dos Docentes da UNESP (ADUNESP – Seção Sindical – Rio Claro) manifesta veementemente seu repúdio às declarações do Sr. Jairo José da Silva, servidor da UNESP Campus de Rio Claro, sobre a violência sofrida pela estudante da UFABC, na ação de brutalidade da força policial (Polícia Militar) do estado de São Paulo, a quem nos recusamos tratar por professor.

Consideramos que suas declarações aviltam os princípios desta atividade social, quais sejam: formar cidadãos críticos, tolerantes e que compreendam a necessidade de respeitar as diversidades e construir uma sociedade mais justa e com valores de solidariedade e bem comum.

As expressões “de vez em quando tem notícia potencialmente boa. Uma garota ficou ferida no ato pró-Dilma em São Paulo”, “pode ficar cega”, “toupeira” denotam a vileza de seu espírito.
Em primeiro momento nossa compreensão é que este tipo de vilania deveria ser ignorada, a dar notoriedade e luz a quem não às tem por formas virtuosas.

Por sua vez, o desrespeito, a intolerância, a ausência cognitiva acerca da importância da diversidade e das diferenças, de desconhecimento de seu papel social, exigem sua reprovação e repúdio, bem como dissociar tal comportamento do conjunto dos professores desta unidade universitária e associação sindical e, sobretudo, ratificar a importância da liberdade de ação política como princípio que impõe limites necessários ao abjeto, à desonra, ao desumano e à desconstrução de uma sociedade fraterna e socialmente justa.




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