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ALEMANHA | E por fim, quem ganhou a batalha de Hamburgo?

Há uma semana acontece uma batalha, e não apenas no centros. Os manifestantes contra o G20 e a polícia de Hamburgo lutavam pela opinião pública e legitimidade. O campo de luta não está apenas nas ruas, mas também nos comentários de colunistas.

domingo 9 de julho de 2017 | Edição do dia

Na quinta-feira a polícia de Hamburgo teve de assumir uma derrota: ela não conseguia dispersar 10000 manifestantes com violenta repressão. Mas sua versão dos fatos não conseguir se sustentar na opinião pública. Mídias centrais como o Spiegel, NDR, o Deutschlandfunk e outros retratavam o óbvio: a violência não partiu de nenhuma forma dos manifestantes. Desculpa para a descontrolada violência da polícia? Aparentemente era sobre estarem com máscaras. E isso enquanto os policiais também andavam mascarados! A polícia parecia hooligans em uniformes pretos, o que eles de fato são. Os inimigos do G20 hoje gozam de um crescente apoio da população de Hamburgo e além desta.

Parecido com o que já começou na semana passada, quando a polícia queria impedir as pessoas de dormirem.

Se o regime alemão está baseado sob estes absurdos, então as críticas contrárias devem ser justas, é o que é pensado por cada vez mais pessoas.

A polícia atuou com ainda mais violência na sexta-feira a noite.

Não podemos esquecer que os policiais utilizaram centenas de provocadores. Uma pessoa de máscara preta que incendeia um pequeno carro pode ser um ativista, mas também um agente da violência estatal. Tais encenações buscam legitimar a polícia. Existem numerosos registros de casos assim em reuniões da cúpula anteriores como em Gênova em 2001 e em Heiligendamm em 2007.

Quem sairá como vencedor das batalhas em Hamburgo só poderemos identificar nos próximos dias. O regime de Merkel quer se apresentar como força de liderança global, tanto para com outros estados imperialistas, como para com a população alemã. Trata-se por fim de uma guerra eleitoral.

Mas tudo indica que a manobra de Merkel falhou. Principalmente em Hamburgo as instituições estatais perderam legitimidade. O “Estado Democrático de Direito” mostra sua verdadeira face, um aparato a serviço de assegurar os lucros de uma pequena minoria.

Também para a SPD o acontecimento da cúpula não trouxe benefícios. Olaf Scholz havia se exibido por receber o G20 em Hamburgo e queria reprimir e sufocar os protestos com dura repressão, para mostrar uma Hamburgo “aberta e pacífica”. Mas a resistência foi muito grande e a violência da polícia muito evidente, pelo qual o Ministro de Interiores Andy Grote se colocasse desde o começo da semana para segurar a negativa opinião pública.

Principalmente nas regiões mais rurais é bem possível que parcelas da população acreditem nas histórias dos poderosos, como se Hamburgo tivesse sido ocupada repentinamente por terroristas que precisassem ser expulsos com a luta de casa.

Mas também o SPD [Partido Socialdemocrata alemão] e os Verdes estão envolvidos neste ataque aos direitos democráticos. Existe dentro do sistema de partidos nenhuma alternativa por fora disso. Até porque mesmo o Die Linke [Partido de Esquerda] que crítica a violência policial em Hamburgo, faz uso de bate paus, para retirar pessoas das suas casas e terrenos.

Para transformar a batalha de Hamburgo em uma real vitória, precisamos transformar o ódio à polícia e ao conjunto do regime em uma força política. Nós precisamos unificar trabalhadoras, trabalhadores, jovens, mulheres, LGBTs em um partido revolucionário que queira derrotar este sistema.




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