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GREVE DOS PETROLEIROS | Duque de Caxias: FUP e gerência impõem o fim da greve

segunda-feira 16 de novembro de 2015 | 21:46

A direção do Sindipetro-Caxias, filiada à FUP e CUT, trabalhou sistematicamente nos últimos dias para dividir a categoria das importantes unidades que seguem em greve. Omitindo informações dos setores que seguem em greve, inclusive das bases da FUP, conseguiram criar dúvidas e medo em um setor dos grevistas. E ainda, contaram com uma ajuda decisiva da gerência da REDUC que mobilizou mais de uma centena de fura-greve para decidir os destinos da greve.

O medo foi criado disseminando falsas informações de centenas de demissões que haveriam na refinaria e que seguíssemos em greve todo o conquistado no acordo coletivo iria à lata do lixo. Ainda prometeram que não haveria punições mas não falaram uma palavra sobre as punições que já aconteceram em julho no Terminal de Cabiúnas (TECAB) em Macaé.

A gerência da refinaria de Duque de Caxias também não poupou esforços para juntar apoios à FUP para acabar com a greve histórica nesta cidade. Houve denúncias de portões bloqueados pela empresa para garantir a presença do maior número possível de pessoas com cargos de confiança e outros trabalhadores sob coação de seus chefes ao lado lhe dizendo como votar. Esta situação não foi denunciada em nenhuma fala pela Federação Única dos Petroleiros.

Esta atitude aconteceu em meio a uma calorosa assembléia que além dos grevistas da REDUC, TECAM. UTE-GLB também contou com a presença de companheiros de plataformas que vieram relatar a força de seu movimento, sua decisão a se manter em greve e um apelo a que os trabalhadores de Duque de Caxias não os abandonassem.

Também estiveram presentes na assembleia os companheiros da Juventude às Ruas trazendo sua solidariedade à luta dos petroleiros.

Esta assembléia reavaliou a manutenção da greve votada no sábado e ocorria em meio a um quadro de consolidação da greve mesmo contra a vontade da FUP. Enquanto a assembléia se reunia os trabalhadores da REGAP em Betim-MG impunham sua vontade de permanecer em luta apesar da FUP, juntando-se a outras bases que derrotaram a FUP como o Norte Fluminense e Espírito Santo. Nos locais que os sindicatos estão ligados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) a greve ainda se mantém.

Diante deste quadro e de uma greve histórica por alcançar unidades que nunca haviam parado, por contar com a decisão de companheiros que ocuparam seus locais de trabalho foi argumentado na assembléia como era absurdo sair da greve abandonando trabalhadores que correm risco de punição, sem abonar os dias parados, bem como houve questionamentos a falta de qualquer garantia de nenhuma privatização enquanto se reunir o grupo de trabalho da empresa e sindicatos sobre os "desinvestimentos".

As falas favoráveis a continuidade do movimento destacavam a necessidade de nos mantermos unidos aos setores que seguem em greve e em defesa destas propostas. Veja abaixo vídeo da intervenção de Leandro Lanfredi, petroleiro do Terminal de Campos Elíseos e editor do Esquerda Diário, defendendo a continuidade da greve.

Este resultado da assembleia ilustra a política da FUP que evitou esta greve para não se enfrentar com o governo e agora não poupou esforços junto a empresa para acabar com este movimento histórico. Esta greve não alcançou a projeção na mídia e o apoio de outras categorias antes de mais nada pela política da FUP e da CUT que nada moveram pela greve, sem mover nenhuma categoria do país em apoio.

Também é digno de nota como o MTST e o PSOL que estão em uma frente permanente com a CUT e UNE, a chamada "Frente do Povo sem Medo" não fizeram uma só mobilização ou até mesmo um discurso parlamentar em defesa desta greve não contribuindo a vitória da greve. Seu acordo com setores do governismo lhes impõe o silêncio complacente mesmo em meio a uma greve histórica. O PSTU que mobilizou sua militância petroleira em todo esta greve, não cumpriu, no entanto, um papel para que a central sindical antigovernista CSP-Conlutas contribuísse a tirar a greve do isolamento.

Em meio à continuidade da greve em diversos locais bem como ainda paira a ameaça de punições e corte de salário dos petroleiros em greve, ou que fizeram greve é urgente uma campanha nacional pela não punição dos petroleiros e pelo pagamento integral dos salários dos grevistas.




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