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RACISMO INSTITUCIONAL | Doria quer privatizar presídios, quanto mais negros e pobres presos maior o lucro

Em São Paulo já há mais de 230 mil presos. A cada ano esse número aumenta 8%. Mais e mais negros e pobres são presos cada ano, uma boa parte sem sequer julgamento. Doria quer que isso vire um grande mercado para os capitalistas. Quer privatizar os presídios e remunerar empresas pelo número de detentos. Trata-se de transformar o racismo institucional diretamente em lucro.

quinta-feira 12 de dezembro de 2019 | Edição do dia

Ontem o Triibunal de Contas do Estado (TCE) deu aval para o prosseguimento do processo de licitação para privatizar quatro presídios no Estado de São Paulo, uma das promessas de campanha do governador João Doria (PSDB). Caso o projeto se concretize, as penitenciárias de Gália I e II, Registro e Aguaí, com 3.292 vagas, serão as primeiras com administração privada do Estado. A cada ano a população carcerária paulista aumenta 8% agora Doria quer que isso vire lucros para seus empresários amigos, inclusive contrariando parecer do Ministério Público de Contas (MPC), que longe de oferecer qualquer argumento baseado nos direitos dos presos, onde 31,6% sequer foram julgados, argumenta que a privatização sai mais cara que o trancafiamento de negros pelo Estado.

Ou seja se trata de uma privatização para que empresários amigos lucrem com o racismo.

"A iniciativa privada será responsável pela manutenção e por serviços técnicos e de apoio nas áreas psicológica, médica, odontológica, psiquiátrica, assistencial, pedagógica, esportiva." informa o governo do Estado. Nos EUA onde há presídios privatizados, e país a que o Estado brasileiro aspira alcançar em porcentagem de negros presos, há inúmeras denúncias que os presídios privatizados mantém os detentos em condições subhumanas para aumentar seus lucros, tal como os empresários do transporte, quanto mais superlotadas as instalações maior o lucro já que ganham por pessoa.

Essa decisão de Doria e aval do judiciário paulista à medida do lucro às custas do racismo escancara a hipocrisia das recentes declarações de Doria sobre Paraisópolis, quando depois de defender a ação racista, violenta e assassina da polícia, passou a afastar policiais e propor investigações.

O racismo é um ponto de apoio fundamental ao capitalismo no Brasil, essa proposta busca torná-lo mais imediata e diretamente lucrativo.

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