O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), teceu elogios à MP apresentada pelo Governo Bolsonaro para suspender os salários dos trabalhadores por pelo menos 4 meses, como forma de salvar os empresários e fazer a população pagar pela crise gerada pela pandemia do coronavírus.
segunda-feira 23 de março de 2020 | Edição do dia
"Avaliamos de maneira positiva e acertada a medida, evitando demissões em massa. Todas as medidas para preservar empregos são bem-vindas, são instrumentos de um momento de exceção. Nossa visão é positiva. Diálogo sempre para buscar o entendimento, preservando empregos", declarou João Doria.
Declaração absurda, mas que não é de se estranhar vindo mesmo governador que recentemente aprovou a reforma da previdência no Estado com tiros contra os professores em sessão da assembleia legislativa. Inclusive João Doria é o mesmo governador que, nesse momento, está colocando milhares de trabalhadoras terceirizadas nas ruas justamente porque está suspendendo os contratos terceirizados e demitindo essas trabalhadoras das escolas. Além disso, também ameaça os professores contratados também com demissões.
Um sujeito que manda bater em professores, reprime bailes funks até matar jovens, como no caso recente de Paraisópolis, não surpreende mais os paulistas com tal declaração absurda. Mais uma vez fica claro que as saídas que propõem os governadores em alternativa ao terraplanista e obscurantista Bolsonaro, não é saída alguma, pois confluem com o governo federal nos ataques aos direitos dos trabalhadores.
Somente os trabalhadores podem dar uma resposta independente e consequente para essa crise. É preciso colocar a produção a serviço da população: produzir respiradores em massa, equipamentos básicos de segurança para os trabalhadores da saúde, como máscaras, luvas e até o álcool em gel que está em falta e custando uma fortuna. Só com a produção sob o controle dos trabalhadores e profissionais da saúde, incluindo aí os estudantes e pesquisadores, pode dar uma saída para a pandemia que estamos vivendo.
