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RETORNO ÀS AULAS | Doria lava as mãos e estudantes paulistas terão de assinar termo de responsabilidade para retorno

Para Doria, famílias devem se responsabilizar caso estudantes se contaminem pela COVID-19, enquanto o governo anuncia o retorno às aulas sem consultar a comunidade escolar e com falta de qualquer tipo de estrutura frente à pandemia.

terça-feira 2 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Reprodução/TV Cultura

Após anunciar o retorno obrigatório de parte das aulas presenciais sem a aprovação da comunidade escolar, o governo do Estado de São Paulo, liderado por João Dória (PSDB), emitiu termos de responsabilidade às famílias dos estudantes da rede estadual de ensino, no qual o governo se exime de toda e qualquer responsabilidade em caso de contaminação dos estudantes pelo coronavírus.

O documento faz com que os pais assumam que “em caso de contaminação com a covid-19, me responsabilizarei inteiramente com os cuidados necessários, uma vez que o vírus circula em todos os locais e não somente na escola”. O cinismo e demagogia do governo no documento ao afirmar tal fato tenta omitir que, apesar do vírus circular em todos os lugares, foi uma escolha consciente do estado o retorno da volta às aulas enquanto os números de mortos e contaminados só crescem.

Pais de alunos reclamaram do fato de não terem sido previamente notificados, e só ficarem sabendo do retorno às aulas presenciais ao chegarem na escola após convocação. “Não tem condições de tomar uma decisão dessa desse jeito. E ainda que a gente assuma toda a responsabilidade, é seguro ou não é? Se o governo diz que é seguro, por que eu tenho que me responsabilizar integralmente se meu filho for contaminado? Além disso, tem uma série de condições que a gente não conhece, que precisava ter informações antes. Mas a gente chega e tem que assinar, dizer se vai ou não e pronto”, disse a mãe de ume estudante, que preferiu não ser identificada.

O primeiro dia de planejamento para a volta às aulas dos professores da rede estadual de São Paulo, realizado presencialmente, demonstrou a completa falta de condições ára um retorno seguro. Com salas cheias, mal ventiladas, com álcool em gel vencido, o governo demonstra o descaso com a segurança dos alunos, professores e funcionários das escolas e os expondo ao vírus sem terem sido parte dessa decisão de retomada das atividades. A decisão de quando e como as aulas devem retornar deve partir de uma organização dos trabalhadores da educação em debate com toda comunidade escolar e com os trabalhadores da saúde.

No estado de São Paulo os números são assustadores, já com cerca de 53 mil mortes por covid-19, número que cresce a cada dia. Dória tenta aparecer como oposição sensata e responsável frente a Bolsonaro em relação à covid-19, mas ambos pensam apenas em beneficiar os empresários e capitalistas em detrimento da saúde e vida da população.




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