João Doria reiterou a intenção de privatizar em 2020 todos os 21 aeroportos sob responsabilidade do Daesp. A medida entrega ainda mais recursos ao capital estrangeiro, degradando condições de trabalho e do serviço, que passará a atender aos interesses do mercado estrangeiro.
sexta-feira 4 de outubro de 2019 | Edição do dia
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reiterou nesta sexta-feira, 4, a intenção de privatizar em 2020 todos os 21 aeroportos sob responsabilidade do Departamento Aeroviário de São Paulo (Daesp). Segundo ele, em janeiro será divulgada a modelagem dos primeiros terminais aeroportuários eleitos para desestatização.
De acordo com ele, em road shows já realizados para apresentar os aeroportos, o governo paulista identificou "pouca possibilidade" de investidores americanos, maior interesse de players europeus, especialmente ingleses e alemães, e "enormes" chances de participação de chineses e japoneses nas futuras disputas pelos ativos.
Esse processo de privatizações dos aeroportos já vinha afetando os trabalhadores, que já vêm perdendo seus empregos através do programa de demissão voluntária (PDV). No início do processo, ainda no governo Dilma (PT), haviam 12.000 funcionários, e hoje a estatal conta com apenas 9.000.
A aceleração da entrega de nosso patrimônio ao capital estrangeiro é mais um ataque que o governador vem aplicando aos trabalhadores do setor aeroviário, pois irá aprofundar as demissões em massa e as terceirizações, que vêm acompanhadas sempre de condições ainda mais precárias, menores salários e perda de direitos. A população também sofre com as consequências, já que os aeroportos passarão a atender mais as demandas do mercado financeiro do que as necessidades dos usuários.
Doria e Bolsonaro, apesar das suas diferenças que expressam as ambições de ambos para 2022, convergem no que diz respeito à entrega de bandeja dos nossos patrimônios aos grandes capitalistas e à iniciativa privada.
Com informações de Agência Estado.
