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MAIS CORRUPÇÃO EM DELAÇÕES CONTRA TEMER | Dono da Gol afirma que Temer deu aval para propina pedida por Eduardo Cunha para o PMDB

O empresário afirmou que fechou com Eduardo Cunha acordo de R$ 10 milhões em propina para o PMDB, e que Temer teria concordado em que o negócio fosse fechado. As doações foram para campanhas de 2012, incluindo a de Gabriel Chalita para a prefeitura de São Paulo.

segunda-feira 12 de junho de 2017 | Edição do dia

Em sua delação, Henrique Constantino, fundador da empresa Gol Linhas Aéreas e dono do grupo Comporte, afirmou que o acordo foi discutido com o ex-deputado do PMDB Eduardo Cunha. Contudo, Cunha teria levado Constantino a Temer para que fosse de fato fechado o acordo. Ele afirmou que, na reunião que teve com Temer a propina não foi diretamente referida, mas apenas aludida como um "compromisso" de apoiar o partido e o grupo político de Temer. Teria participado ainda do encontro o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Em troca dos dez milhões doados às campanhas do PMDB de 2012, Constantino teria conseguido benefícios econômicos como a inclusão das empresas de transportes entre os setores contemplados pela desoneração da folha de pagamento de funcionários - uma política feita pelo governo Dilma que atingiu diversos ramos empresariais -; a desoneração do ICMS cobrado sobre o querosene de avião, medida que foi aprovada em abril de 2013; e também a facilitação a que o empresário conseguisse dinheiro do fundo de investimentos do FGTS, cujo controle é feito por diretorias da Caixa Econômica que estavam sob o comando do PMDB.

Os pagamentos de propina de Constantino também teriam beneficiado o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli, que é do partido de Temer. Todos os depósitos teriam ocorrido por meio de empresas e contas bancárias indicadas por Eduardo Cunha, Henrique Alves, Lúcio Funaro (operador) e Tadeu Filippelli, que teria recebido mais de R$ 1 milhão por meio de pagamento ao escritório jurídico Alcoforado Advogados Associados.

O relato de Constantino é corroborado por outra delação, a de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, que afirmou ter recebido propina para garantir R$ 300 milhões do fundo de investimentos do FGTS para a Via Rondon, empresa de propriedade do grupo de Constantino.

Mais uma delação envolvendo o nome de Temer e que mostra o mar de lama em que está envolvido o presidente golpista, bem como seu partido e o governo do qual fazia parte. As contrapartidas pelas propinas de Constantino, com dinheiro do FGTS e desoneração das folhas de pagamento e de impostos sobre o querosene sendo concedidas a seu grupo, são dinheiro que sai diretamente do bolso dos trabalhadores, de serviços e direitos públicos, para enriquecer esses empresários parasitários, que, como ficou claro com as delações da Odebrecht e JBS, mandam em toda a política brasileira com suas propinas milionárias, sendo os políticos corruptos nada mais que "executivos" das suas empresas que atuam no parlamento e no executivo em troca de dinheiro para se manter no poder.

Por isso que dizemos que não bastam eleições diretas, pois com isso podemos até trocar os políticos que estão no poder, mas não as regras sujas de seu jogo. Temos que lutar para derrubar Temer, suas reformas, e impor uma Assembleia Constituinte.




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