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ECONOMIA | Dólar fecha em forte queda: sinal de melhores expectativas para a economia brasileira?

Nesta quarta-feira (30/06) o dólar fechou em forte queda, com o dólar comercial cotado a R$3,2362 reais, o que significou uma queda de 2,07% e representa o menor patamar desde julho de 2015. Essa noticia fez parte dos destaques do noticiário econômico do dia, com os analistas burgueses comemorando fortemente o fato.

quinta-feira 30 de junho de 2016 | Edição do dia

A desvalorização do dólar ocorreu não só em relação a moeda brasileira, mas também em relação a outras moedas de países emergentes, como o rand sul-africano.

Este movimento está relacionado com a incerteza gerada pela perspectiva de saída da Grã Bretanha da União Europeia (Brexit) que deixou praticamente nula a possibilidade do Federal Reserve (Fed) norte-americano elevar suas taxas de juros no curto prazo. Num cenário como o atual, a elevação da taxa de juros dos Estados Unidos atrairia os fluxos de capitais para este país, deixando ainda mais instável o cenário econômico internacional.

No entanto, chama atenção o fato de que a moeda brasileira, dentre os países emergentes, esteve entre as mais valorizadas. A razão disso pode estar nos reflexos da entrevista concedida nesta terça-feira pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, o qual reafirmou seu o compromisso com a não interferência do Bacen com a meta da inflação, com o câmbio flutuante, além da perspectiva de manutenção das taxas de juros nos níveis atuais, dando prioridade para o ajuste fiscal que vem sendo implementado.

Os índices da economia brasileira vem apresentando pequena melhora no último mês, em parte pela própria pressão que o mercado realizou no auge da crise política, antes de Dilma Rousseff ser afastada, e que no momento atual, se converte no seu contrário, com um otimismo da mídia em relação aos números do país para justificar o governo golpista de Michel Temer.

Entretanto, existe uma base real que justifica essa melhora, pelo aumento do preço das commodities em nível internacional, os dados da indústria que apontam para uma tendência de retomada da atividade e, também com o aumento da exploração dos trabalhadores, por meio da desvalorização do salário e da força de trabalho brasileira, conforme explicamos aqui.

No entanto, o elemento mais determinante para a economia brasileira segue sendo o cenário internacional, que até o momento se mantém controlado, mas com uma grande possibilidade de tormenta frente ao impasse gerado pelo Brexit que gera um impacto no valor das moedas em todo mundo ao pressionar a saída de capitais do segundo maior mercado financeiro do mundo, o britânico, podendo gerar uma nova recessão mundial, em condições de atuação dos países mais desfavoráveis que em 2008, porque a margem de manobra para adoção de medidas econômicas expansionistas seria muito menor, podendo impactar profundamente países emergentes como o Brasil. A comemoração de hoje tem suas bases materiais, sua solidez é, no entanto, duvidosa.


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Economia



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