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ISRAEL | Dois jovens palestinos mortos pelo exército israelense em Gaza e na Cisjordânia

Dois jovens palestinos foram assassinados pelas forças armadas de Israel, apenas um dia depois de um bebê palestino ter sido queimado num ataque de radicais israelenses.

terça-feira 4 de agosto de 2015 | 01:41

Ambos os jovens de 17 anos morreram por disparos de soldados israelenses. Tinham em comum: serem palestinos e manifestarem-se em repúdio ao assassinato de um bebê palestino por radicais israelenses, que defendem a continuação da ocupação de colonos israelenses nos assentamentos ilegais na Cisjordânia.

Na madrugada da última sexta, dois homens mascarados colocaram fogo em duas casas palestinas localizadas em Duma, na Cisjordânia, o que ocasionou a morte do bebê Alí Dawabsha, com seu um ano e meio de idade. Segundo relatos, em meio a fumaça e o gás asfixiante que já tomava conta da casa, os pais do menino não conseguiram retirar o pequeno e quando os vizinhos chegaram para ajudar, a criança já havia morrido carbonizada. O restante da família sofreu queimaduras em 70% do corpo.

Revoltas palestinas aconteceram em diversos lugares, próximo ao controle militar de Qalandia, situado entre Jerusalém e Ramala; também em Qadum (próximo a Nablus), Jaljul e Hebron (próximo à Cisjordânia), além do bairro de Issawija, em Jerusalém.

Segundo fontes das agências, o atentado se relacionaria com a resolução do Tribunal Supremo de Israel, que ordenou a demolição de dois edifícios de colonos judeus construídos ilegalmente no assentamento de Bel Eit.

Bel Eit é um dos centenas de assentamentos de ocupação israelense em território palestino, que se encontra sob controle da Autoridade Nacional Palestina. Fundado em 1997, situa-se a 20km a este e 15km ao norte da fronteira com a Cisjordânia. Estes assentamentos ilegais, também conhecidos como "colônias", são produto da política territorial expansiva do Estado de Israel a partir da Guerra dos Seis Dias em 1967, quando Israel venceu os países árabes que faziam fronteira. Apesar da proibição internacional da ONU e a retirada parcial de assentamentos, o certo é que a maioria dessas colônias segue se expandindo em superfície e crescendo em população.

Ao longo destes anos se registraram diversos ataques racistas e religiosos sobre a população palestina que habita essas zonas da Cisjordânia, despojando-lhes do acesso à água, ao cultivo, ao gado e à moradia.

Com isso, colocando de lado toda a responsabilidade que o Estado de Israel tem perante esses acontecimentos quando desde de sua origem, junto ao imperialismo americano, alimenta o ódio entre palestinos e israelenses que acabam por originar atos extremos como esse. A própria intransigência em se ter acampamentos israelenses em locais que internacionalmente já se afirmou que não deveriam estar, pois deveriam estar com os palestinos alimenta essa rivalidade, impulsionando a construção de mais territórios ilegais em solo palestino.

O governo de Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, condenou formalmente este ataque. Mas foi o mesmo governo de Netanyahu que, há um ano, empregou uma sangrenta ofensiva militar contra o povo palestino da Faixa de Gaza, na chamada "Operação Margem Protetora", bombardeando a região por mais de 50 dias, ocupando com tanques e tropas essa estreita faixa de terra e assassinando mais de 2.300 palestinos, entre mulheres e crianças.

Apesar de querer tirar sua responsabilidade do caso, afirmando que o seu estado estava bem longe do terrorismo, o caráter completamente repressivo com que atua o seu exército de ocupação nas fronteiras palestinas leva sim o terror a vida de milhares de pessoas.

O caráter hipócrita do governo israelense é tamanho que não muito depois do acontecimento, as suas fronteiras já estavam com “proteção” reforçada com medo de contra ataques por meio dos palestinos a esse ataque absurdo ao povo palestino. Característica marcada por esse governo do primeiro ministro Benjamin Netanyahu, que está à frente de uma coalizão em que os ultranacionalistas tem um peso importante e para o povo palestino, como habitual, só sobram os ataques.

Os massacres sobre populações indefesas, a apropriação e o saque sobre terras e casas, a violação sobre as mulheres palestinas e o assassinato de crianças e bebês são os componentes da existência do Estado de Israel, um Estado racista e colonialista fundado sobre a limpeza étnica do território da Palestina desde 1948. O cinismo de Netanyahu é incapaz de esconder que os atentados estão vinculados com a política do governo de insuflar ódios entre árabes e judeus.




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