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RÚSSIA - BRASIL | Dilma se reúne com Putin para negociar privatizações

quinta-feira 9 de julho de 2015 | 02:50

Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR

A presidenta Dilma Rousseff se reuniu nesta quarta-feira com Vladimir Putin, na cidade de Ufa, na Rússia. O encontro teve ênfase nas relações comerciais entre Brasil e Rússia e na busca de investimentos russos para privatizações de serviços estratégicos no Brasil, como infraestrutura e transportes.

Putin se mostrou agradecido porque o Brasil já utiliza o sistema de posicionamento russo Glonass em duas estações e disse que "agora estamos conversando para criar um complexo para a busca de lixo espacial". "Este é um tema extraordinariamente importante para o Brasil e a Rússia", comentou.

A governante brasileira também afirmou que espera que Rússia e Brasil aumentem suas trocas comerciais, que "ainda estão abaixo de seu potencial".

Enquanto Putin tenta estender o alcance de produtos russos de alto valor agregado, de alta tecnologia, o interesse do governo Brasileiro em muito se baseia na exportação de produtos de valor agregado mais baixo, como a carne, por exemplo.

Além de aumentar o comércio de produtos, o ponto central do encontro foram as oportunidades de investimentos, oferecidos por Dilma, que está realizando um plano de concessão de obras de infraestrutura. A presidenta do Brasil comentou que os russos contam com empresas muito qualificadas para isso e Putin disse que há interesse de uma grande estatal russa de ferrovias em obras no Brasil.

Dilma também destacou a importância desta cúpula "porque se trata do lançamento do Novo Banco de Desenvolvimento e do Fundo de Reservas".

Por outro lado, Putin indicou que os membros dos Brics devem trabalhar para que as divisas nacionais possam ser utilizadas nos intercâmbios comerciais.

Durante o encontro, espera-se que os líderes dos cinco países afinem os últimos detalhes do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) dos Brics, que começará a operar após a cúpula com capital inicial de US$ 50 bilhões, que poderá ser ampliado para até US$ 100 bilhões.

Ontem, os bancos centrais dos Brics assinaram em Moscou um acordo operacional sobre as condições para a ativação de um Fundo de Reservas Comum, dotado com US$ 100 bilhões, que serão destinados a ajudar seus membros no caso de uma crise mundial.

O encontro acontece em um momento de importantes crises econômicas para os países do Brics. Rússia e Brasil apresentam projeção de crescimento negativa, enquanto a China vivencia nos últimos dias quedas históricas na bolsa de valores.

No geral, o objetivo comum aos países do Brics a partir do encontro é criar um ambiente mais favorável, econômica e monetariamente, para intensificar as trocas de mercadorias, bens de capital – utilizando moedas nacionais em transações internacionais, por exemplo – e investimentos em um ambiente de negócios mais seguro entre eles.

Em particular, a política brasileira busca baratear os produtos brasileiros e torná-los mais favoráveis ao comércio com estes países, desvalorizando o real e por consequência os salários, aumentando o custo de vida dos trabalhadores brasileiros.

Além disso, as declarações de Dilma apontam para uma busca de maiores investimentos para as medidas de privatização de obras de infraestrutura e transporte no Brasil – inclusive no que pode tocar ao mercado de petróleo (veja mais sobre as medidas do governo para a Petrobrás aqui).

Estas medidas apontam iniciativas no terreno internacional para medidas mais sintonizadas aos “ajustes” (ataques) internos que estão sendo realizados pelo governo do PT, que retiram verbas de serviços, como saúde e educação, e restringem direitos trabalhistas.

Esquerda Diário/EFE




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