quarta-feira 29 de abril de 2015 | 00:01
A presidente Dilma Rousseff participou nesta segunda-feira da inauguração da fábrica da Jeep, na cidade de Goiana, em Pernambuco, e garantiu que o ajuste fiscal promovido pelo governo não impedirá a expansão do setor automobilístico, ou seja, para o governo o custo da crise deve recair sob as costas dos trabalhadores e não dos lucros e ganhos dos patrões.
"O Brasil vai continuar trabalhando para criar ambientes de negócios cada vez mais favoráveis para a indústria em geral", afirmou a presidente, que reiterou que o ajuste defendido pelo governo é "conjuntural" e "necessário".
Dilma ressaltou que a fábrica da Jeep em Goiana simboliza também o progresso industrial da Região Nordeste.
"O projeto mostra a capacidade do povo nordestino, 80% da mão-de-obra da fábrica da Jeep é do Nordeste", disse a presidente, ao lado do presidente mundial do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), John Elkann.
Com um investimento de mais de R$ 7 bilhões, a unidade brasileira da Jeep é o projeto mais ambicioso realizado pela multinacional até o momento, já que, além da fábrica de montagem, o polo automotivo conta com um parque de fornecedores dentro do próprio complexo.
O parque é composto ainda por 16 empresas responsáveis por 17 linhas de produtos estratégicos capazes de gerar 40% das peças necessárias para a montagem dos veículos.
A fábrica será a primeira lançada pela FCA após a constituição do grupo, em 2014, com a fusão entre a italiana Fiat e a americana Chrysler.
"A união de Fiat e Chrysler nos fez mais fortes , e estamos prontos para superar um novo desafio: tornar realidade em Pernambuco um grande projeto de desenvolvimento industrial para ajudar a Jeep a crescer a um nível jamais alcançado", ressaltou Elkann.
O Polo Automotivo Jeep, com uma capacidade para produzir 250 mil veículos por ano, emprega atualmente 5.300 pessoas, mas espera-se que este número chegue a 9.000 no final deste ano, segundo diretores da multinacional.
O primeiro veículo produzido na unidade de Goiana é o Renegade, que chegará às concessionárias do país com mais de 70% de conteúdo brasileiro.
A abertura da fábrica da Jeep/Fiat em Pernambuco,em meio à crise na indústria automobilística com centenas de demissões, mostra mais uma vez qual é o verdadeiro compromisso do governo de Dilma/PT: com os lucros do setor automobilístico, com patronal industrial, em particular com as multinacionais, que têm se tornado grandes monopólios, e não com os trabalhadores e trabalhadoras do setor.
Dilma está ao lado da patronal, pois aplica e defende o ajuste fiscal, como viemos denunciando, com as MP’s 664 e 665, retirando direitos dos trabalhadores e permitindo a terceirização e sua ampliação em todos os mandatos petistas. A inauguração de ontem no Nordeste, também evidencia que Dilma tem o compromisso de defender os lucros dos empresários, é preciso dizer que, muitos dos empregos gerados serão terceirizados, já que o parque de fornecedores da Jeep/Fiat é composto majoritariamente, a exemplo de outras automobilísticas, como a Chery, por empresas terceirizadas, situação que será agravada a partir da aprovação do PL4330.
Agencia EFE/ED
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