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ZIKA VÍRUS | Dilma convoca as forças armadas contra o Aedes aegypti

No seu discurso em rede nacional, Dilma anunciou que no sábado, dia 13, terá inicio uma megaoperação envolvendo 220mil militares das Forças Armadas, que “visitarão o maior número de casas” para conter a propagação do Aedes.

quinta-feira 4 de fevereiro de 2016 | 02:08

Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

No início do seu discurso, Dilma esclareceu que iria tratar de um assunto importante, que não era nem política, nem economia. E seguiu pedindo a união nacional contra o mosquito transmissor do Zika vírus, que é bom não esquecer, é também o transmissor da dengue.

O problema é que se trata sim de um problema de política e economia. Em meio a mais uma gravíssima epidemia, vemos os hospitais e postos de saúde já precários, entrarem em colapso pela falta de verbas. Estados e municípios sofrendo cada vez mais com a falta de verbas e, junto com o governo federal, realizando cortes orçamentários na saúde e educação, prejudicando o atendimento direto à população e às pesquisas universitárias. Como não se trata de um problema de política e economia, também?

Depois de mais de uma década sem realizar os investimentos necessários em campanhas e ações preventivas, como saída de emergência o governo vai colocar em ação um enorme contingente militar, que terá o poder até de “visitar” residências. Mais produtivo seria contratar centenas de milhares de agentes de saúde, que depois de conter a epidemia atual poderiam seguir atuando visando a erradicação do mosquito transmissor do Zika e da dengue.

Pode parecer impossível essa perspectiva, mas não é. O Aedes aegypti havia sido praticamente erradicado no Brasil na primeira metade do século XX (ao menos nas zonas urbanas), e só voltou a se tornar uma praga em meados da década de 70. Um verdadeiro retrocesso civilizatório proporcionado pelo capitalismo brasileiro, que se deu com o crescimento desordenado das grandes cidades conduzido pela ditadura militar.

Mas os objetivos do governo Dilma são outros, mais imediatos. Tamanha mobilização de tropas visa, sobretudo, garantir boas condições para a realização das olimpíadas no Brasil e impedir que o Zika vírus prejudique o fluxo de turistas. As mesmas tropas que agora vão se legitimar neste combate, podem ser chamadas novamente para agir daqui há alguns meses, caso ocorram protestos que coloquem em risco a realização dos Jogos Olímpicos no Rio.




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