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SALÁRIO MÍNIMO | Dilma aumenta o salário mínimo para R$ 880: dando com uma mão para tirar com duas

quarta-feira 30 de dezembro de 2015 | 00:00

A presidente Dilma Roussef irá publicar no dia 30/12 no Diário Oficial o novo valor do salário mínimo, de R$ 880. Um acréscimo de 11,6%. Este valor é superior ao calculado pela inflação oficial que seria de 10,97% e maior do que o previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, onde o governo orçou R$ 871.

Este acréscimo de nove reais está sendo comemorado pelo petismo nas redes sociais, como sinais à esquerda no governo. À procura de argumentos para defender "seu governo" este valor “acima do previsto em lei”, que não alcança o preço de dois pacotes de 1kg de feijão em várias capitais ilustra dois movimentos: procura de recompor um discurso e uma base de apoio, e oferecendo com uma mão algo para tirar em dobro.

O movimento de Dilma, rapidamente comemorado nas redes sociais pelo petismo e seus defensores ocorre em meio a um fortalecimento relativo do governo graças a vitórias táticas no andamento do impeachment e mostras de debilidade dos atos organizados pela direita que foram menores que os atos em apoio a Dilma neste mês de dezembro. Ano que vem o PT enfrentará duras batalhas nas eleições municipais e este gesto, será usado e aumentado enormemente como argumento eleitoral.

Porém este aumento, acima do previsto em lei, não encobre um movimento de ataque ao salário, emprego e consumo dos trabalhadores que está sendo organizado sistematicamente pelo governo Dilma e diferentes governos estaduais junto aos empresários. Organizam-se para garantir que a crise seja paga pelos trabalhadores e que ela seja usada para aumentar a taxa de lucro aos custos dos trabalhadores.

Esta medida vem acompanhada de anúncio do novo ministro da fazenda Barbosa que irá implementar uma reforma da Previdência, impondo uma idade mínima para aposentadoria. Esta medida significará que os trabalhadores deverão ficar mais tempo no mercado de trabalho antes de se aposentar, pressionando o desemprego e consequentemente os salários para baixo. A desvinculação do reajuste do salário mínimo ao valor pago nas aposentadorias, pauta energicamente defendida pelo governo, faz com que ano a ano mais e mais aposentados recebam o salário mínimo mas tenham seus rendimentos encolhidos. Quem se aposenta recebendo um salário mínimo e meio ao não ter reajustes de acordo com o salário mínimo em poucos anos receberá este valor.

O aumento do salário mínimo em meio a um aumento na inflação e rápido e forte aumento no desemprego não garante que a renda dos trabalhadores acompanharam este aumento. Muito pelo contrário, diversos estudos tem mostrado como a renda dos trabalhadores tem caído em meio à crise e as respostas que tem sido dadas a mesma pelos governos.

Estes breves exemplos junto ao agressivo corte na saúde e educação que está sendo feito tanto por Dilma como pelos governos estaduais ilustra que apesar deste aumento o plano em curso é um de forte aumento do desemprego, retirada de direitos (como da aposentadoria e maior dificuldade para obter o seguro desemprego) e assim impor perdas salariais aos trabalhadores para felicidade (e lucros) dos empresários.


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