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CRISE GOVERNO | Dilma adia para a semana que vem anúncio da reforma ministerial

A presidente Dilma Rousseff avisou nesta quinta-feira, 24, o vice-presidente Michel Temer que adiará o anúncio da reforma ministerial para a semana que vem. Com cargos e negociatas tentam erguer uma governabilidade.

sexta-feira 25 de setembro de 2015 | 00:04

A presidente Dilma Rousseff avisou nesta quinta-feira, 24, o vice-presidente Michel Temer que adiará o anúncio da reforma ministerial para a semana que vem.

Diante do impasse na definição do espaço a ser ocupado pelo PMDB na equipe, a presidente preferiu conversar mais com os aliados depois que retornar da viagem internacional. Dilma embarcou ainda nesta quinta-feira para Nova York, a fim de participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O impasse ocorreu porque a bancada do PMDB na Câmara exige dois ministérios. Um deles está acertado que será o da Saúde, hoje controlado pelo PT, mas os deputados não aceitam pôr em sua cota as pastas de Turismo, ocupada por Henrique Eduardo Alves, e Aviação Civil, comandada por Eliseu Padilha.

O líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ameaçou desfazer o acordo com o governo e retirar as indicações feitas se a bancada não conquistasse duas vagas na Esplanada.

Dilma ofereceu cinco ministérios para o PMDB, mas pode ampliar a participação do partido de Temer para seis, na tentativa de barrar eventuais pedidos de impeachment na Câmara e aprovar o ajuste fiscal.

Até agora, o favorito para ocupar o Ministério da Saúde, no lugar de Arthur Chioro (PT), é o deputado Manoel Junior (PMDB-PB), homem da confiança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Recentemente, Manoel Junior disse que situação de Dilma era "quase insustentável" e recomendou a sua renúncia.

A última proposta apresentada por Dilma previa que Eliseu Padilha permanecesse na Aviação Civil e Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), fosse deslocado da Secretaria da Pesca para Portos.

Para abrigar Helder, a presidente desistiria de fundir Portos e Aviação. O plano de Dilma é incorporar a Pesca ao Ministério da Agricultura.

Os ministros Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura), que representam a bancada do PMDB no Senado, continuariam em seus postos. Dilma quer prestigiar Temer e manter Padilha e Henrique Eduardo Alves, mas enfrenta resistências da bancada do PMDB na Câmara.

As intensas movimentações e negociações por cargos escancaram como a governabilidade no país é construída cada vez mais através de fisiologismo. Esta característica comum a todos partidos do regime do PSDB ao PT ganha cada dia mais força em meio à crise do PT e as chantagens realizadas pelo PMDB.

A governabilidade de hoje, pode, portanto, ser base para maior instabilidade amanhã, seja através da eventual saída do PMDB do governo, como também pelo crescente distanciamento entre governantes e governados. Pesquisa recente mostrou que os possíveis sucessores de Dilma, têm uma avaliação tão ruim como ela e, não será fruto destas negociatas de gabinete que se prestigiará um regime político onde a maior parte da população não se vê representada.

Esquerda Diário /Agência Estado




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