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Dia do Pedagogo: pela mobilização contra os ataques à Educação

Hoje (20) é dia do Pedagogo, nas redes fervilham as homenagens exaltando uma valorização inexistente no cotidiano para a categoria de profissionais responsáveis por alfabetizar as crianças e por demais atividades ligadas à área da Educação. Que esse dia, passe a ter um caráter de luta para os pedagogos e demais profissionais da Educação.

Cris LibertadProfessora da rede estadual em Anápolis - GO.

sexta-feira 21 de maio de 2021 | Edição do dia

O Dia Nacional do Pedagogo foi instituído pela lei nº 13.083/2015 com a intenção de trazer maior reconhecimento e valorização para o trabalho deste profissional que desempenha inúmeras atividades no processo de ensino e aprendizagem de crianças, jovens e adultos. É inegável o papel dos pedagogos, sobretudo na Educação básica.

Entretanto, o caráter de valorização deste profissional, não deve ser restrito apenas a homenagens com frases superficiais que venham a ressaltar uma possível abnegação destes enquanto indivíduos em prol da formação de nossas crianças e de futuros trabalhadores.

Com o golpe institucional em 2016, os ataques à Educação Básica e ao Ensino Superior se aprofundaram e representou ainda mais precarização das condições de trabalho e da formação dos estudantes. A Reforma do Ensino Médio, a primeira reforma política do golpe, veio para esvaziar o currículo desta fase do ensino básico, alinhando-o com os interesses do mercado e institutos e organizações privadas como a Fundação Lemann. Essas são políticas que visam a deterioração que educadores e estudantes vivem cotidianamente, promovendo as demissões e a precarização das relações de trabalho no chão da escola. Situação que se aprofunda em meio a pandemia com a imposição do ensino remoto e excludente, por não disponibilizar aos docentes e estudantes recursos adequados para o acesso, interação e o mínimo necessário para um processo de ensino-aprendizagem e mais, o fizeram sem qualquer consulta aos professores, estudantes e a comunidade escolar e universitária.

Nesse sentido, em uma data como a de hoje, devemos não apenas dar os parabéns e/ou reforçar a importância desses trabalhadores para a população de conjunto. É necessária a nossa mobilização para enfrentar todos os ataques dos governos e patrões que querem descarregar a crise capitalista nas costas dos trabalhadores e da juventude. A fim de evitar que medidas como homeschooling sejam aprovadas, pela revogação da PEC 241, contra o retorno inseguro das aulas presenciais, dentre uma série de outras demandas não apenas desta categoria, mas também da classe trabalhadora de conjunto. A educação é alvo da extrema direita e do regime do golpe. Isso fica evidente com a imposição da Reforma do Ensino Médio na canetada, com os cortes no orçamento do MEC e dos institutos de pesquisa e com a imposição totalmente insegura do retorno às aulas presenciais em meio a pandemia.

Portanto, é urgente que as centrais sindicais, tais como a Apeoesp, que é o maior sindicato de professores da América Latina, rompam imediatamente com a sua paralisia e espera passiva das eleições de 2022, e mobilizem os trabalhadores da educação para se somarem às lutas embrionárias que estão em curso, como a própria greve dos educadores municipais em São Paulo, a dos professores em Minas Gerais, que lutam contra o retorno inseguro das aulas, contra prefeitos, secretários e governadores como João Dória. E também os demais governadores que impõem o retorno inseguro às aulas presenciais e aplicam medidas ultraneoliberais aos educadores, como Ronaldo Caiado (DEM) que ontem conseguiu a aprovação da projeto de lei nº 4983/21 que atinge diretamente o plano de cargos e vencimentos dos professores efetivos - dentre eles milhares de pedagogos -, e sobretudo, esse regime podre que tem Bolsonaro e Mourão à frente com o apoio conjunto do parlamento e Judiciário. Mas a mobilização deve acontecer não somente em lutas que se ligam à nossa categoria, mas aos trabalhadores e o povo pobre colocando em prática o papel que os professores têm como tribunos do povo. Portanto, o dia 20 de maio, não deve somente render homenagens, mas mobilizações conjuntas dos trabalhadores contra as reformas e ataques desse regime golpista e dos capitalistas, que através das práticas neoliberais nos querem fazer pagar pela crise.




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