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USP | Dia de Ato conjunto e paralisação dos bandejões na USP

Ontem, dia 19 de abril estudantes e trabalhadores da Universidade de São Paulo realizaram um grande ato durante a reunião do Conselho Universitário (CO) para denunciar o desmonte da USP e os ataques à funcionários, docentes e estudantes.

Patricia GalvãoDiretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

quarta-feira 20 de abril de 2016 | Edição do dia

O Conselho Universitário, órgão deliberativo máximo da universidade, e também o mais antidemocrático, se reuniu ontem. Como parte das mobilizações para barrar o desmonte e os ataques da reitoria, funcionários e estudantes promoveram um ato em frente ao prédio de reuniões do CO.

USP piquetada pela reitoria

Mais uma vez a reitoria, para impedir a realização do ato, fechou as entradas de acesso ao prédio e imediações com ônibus, carretas e caminhões. Isso, no entanto, não impediu o ato de acontecer. Porém, as ações antisindicais do reitor Zago tiveram um salto de qualidade: com a ajuda da PM e da Guarda Universitária tentou-se impedir o caminhão de som alugado pelo SINTUSP de entrar no campus. A tentativa de barrar o caminhão de som e impedir o ato de acontecer é mais um dos diversos ataques que a reitoria vem promovendo contra o direito de organização dos trabalhadores. Há 15 dias Zago enviou ao sindicato um comunicado de despejo, exigindo a desocupação da sede do Sintusp em até 30 dias.

Os trabalhadores foram categóricos e repetiram, nas palavras de Magno Carvalho, diretor do SINTUSP, o mesmo recado que haviam dado em 1979, quando uma tentativa similar foi feita: Se vierem nos retirar, que venham armados, pois a recíproca será verdadeira.

O ato, coroado com uma intervenção artística de estudantes de artes cênicas, selou a aliança trabalhadores-estudantes em luta contra o desmonte e pela universidade.

Paralisação nos Bandejões

Os trabalhadores dos restaurantes universitários iniciaram uma paralisação contra o avanço da terceirização, que já atinge quatro restaurantes do campus Butantã e Faculdade de Direito. Desde o dia 6 de abrilo prédio da SAS (Serviço de Assistência Social) foi ocupado por estudantes em protesto contra os casos de agressões no CRUSP (moradia estudantil) e o machismo institucional da USP. O superintendente Waldyr Antonio Jorge, numa tentativa de colocar trabalhadores e estudantes contra a ocupação, lançou um comunicado responsabilizando as ocupantes pela falta de comida nos bandejões, pois estaria inviabilizado a compra de suprimentos para o preparo de refeições. Chega a ameaçar de expulsão as estudantes que legitimamente ocuparam a SAS exigindo providências contra os inúmeros casos de agressões e assédios, e até estupros como os ocorridos na medicina, pois estes são acobertados pela administração. O que o superintendente não informa é que todo o processo de compra de suprimentos, bem como de pagamento de bolsas é informatizado, conta na base de dados do sistema digital da USP, ou seja, poderia simplesmente ser resolvido pela própria administração.

Ao contrário, Waldyr Jorge viu a chance de avançar no processo de terceirização dos restaurantes tentando obrigar os trabalhadores a servirem refeições preparadas pelos restaurantes terceirizados. Os funcionários, porém, não cederam à mais essa investida e cruzaram os braços, se recusando a servir qualquer refeição que não fosse preparada pelos trabalhadores dos restaurantes universitários da SAS, ou seja, pelos bandejões central e da física. Ainda aprovaram um repúdio às agressões às estudantes e moradoras do CRUSP e ao acobertamento dos casos pela USP.

A mobilização na USP já está a todo vapor e no dia 5 de maio haverá nova paralisação geral como parte da campanha salarial e contra o desmonte da USP, a desvinculação do HU e os ataques da reitoria.




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