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COBERTURA INTERNACIONAL - 8 DE MARÇO | Dia da Mulher na Cidade do México: também há feminicídios na capital

Neste 8 de março milhares de mulheres se mobilizaram na Cidade do México para exigir um basta ao feminicídio, a precarização, a liberdade de Nestora Salgado e pedindo justiça para Berta Cáceres.

quinta-feira 10 de março de 2016 | 02:30

O feminicídio oculto

Uma importante mobilização ocorreu no 8 de março na Cidade do México sob o grito de “Nem uma assassinada mais!”. Organizações feministas, de mulheres, estudantes e trabalhadoras estão denunciando nas ruas o que o governo cala: na capital, mais de 650 mulheres foram assassinadas desde 2010 até hoje. Mães de desaparecidas participaram da marcha para denunciar o governo de Miguel Ángel Mancera, que tem passado por cima dos direitos das mulheres, da juventude e dos LGBTI em particular. Pelo menos dois mil compuseram os combativos e comprimidos contingentes.

A precarização tem rosto de mulher

Encabeçaram a marcha ninguém menos que as trabalhadoras do Instituto de Educação Média Superior (IEMS) da Cidade do México, hoje demitidas e que tem vivido na pele o trabalho precário que é generalizado no governo de Miguel Ángel Mancera (o atual prefeito da Cidade do México). As trabalhadoras da diretoria do IEMS (o sistema educacional onde se formam os estudantes secundaristas da capital e que depende do atual Governo do Distrito Federal), sofrem com a falta de benefícios e de estabilidade no trabalho e por isso recentemente saíram em greve contra as demissões. Também estavam presente professoras em luta contra a Reforma Educacional, e trabalhadoras de outros sindicatos.

Não estamos todas, faltam as presas!

O grito mais sentido das convocações é pela liberdade de Nestora Salgado, presa política que passa suas noites em uma prisão do Distrito Federal e que foi presa por lutar no estado de Guerrero contra o narcotráfico, os funcionários e o exército, como parte das polícias comunitárias. Apesar de que não existe nenhuma prova contra ela, o governo a mantém presa.

Pão e Rosas México presente

Como em vários países da América Latina e Europa, a organização de mulheres Pão e Rosas se mobilizou na Cidade do México com um forte contingente de mais de 200 mulheres e integrantes do coletivo LGBTI. À frente desse contingente, além de professoras, jovens e trabalhadoras, vai Sulem Estrada. Ela é suplente na pré-candidatura independente de Sergio Moissen para comparecer à Constituinte da Cidade do México. Os “independentes”, como os chamam no México, tem que conseguir 74 mil assinaturas para poder comparecer.

Sulem, entrevistada pelo Esquerda Diário México denunciou: estamos aqui como em cada 8 de março para gritar a este governo que não vamos tolerar mais feminicídio, mais tráfico e mais precarização do trabalho. Estes funcionários do PRD, o PRI e o PAN governam para os empresários e ganham salários milionários, enquanto as professoras como eu sofremos com os baixos salários e a precarização. Por isso na campanha até a Constituinte estamos reivindicando que todos os funcionários do estado sejam revogáveis e recebam o salário de uma professora”.

Contingente del #8Marzo mujeres de Pan y Rosas contra el feminicidio

Publicado por La Izquierda Diario México em Terça, 8 de março de 2016

Como não acontecia há anos, o Partido da Revolução Democrática (PRD), que governa a cidade, marchou com um bloco. “Marcham agora, mas são os que governam há anos a capital a serviço dos ricos, desprezando os trabalhadores e precarizando a vida das mulheres”, disse também Sulem Estrada.

Pão e Rosas em outros estados do país e por justiça para Berta Cáceres

O Pão e Rosas México também se mobilizou na Cidade Juárez, Chihuahua, berço do feminicídio e em Guadalajara, Jalisco. Além disso, a organização de mulheres colocou como eixo nesse 8 de março e em mobilizações anteriores o repúdio ao assassinato da lutadora indígena hondurenha Berta Cáceres. No próximo 12 de março será celebrado na cidade o Encontro Metropolitano do Pão e Rosas, como um grande ponto de reunião até a Contituinte da Cidade do México para que as mulheres tenham voz.




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