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Dezenas de depoimentos contra punições nas universidades estaduais paulistas

Estudantes da Unicamp, USP, PUCC, secundaristas, trabalhadores da USP, Unicamp, correios e professores dizem porquê são contra as punições aos lutadores que construíram uma greve histórica em defesa da educação pública, do acesso e saúde nas universidades estaduais paulistas.
As reitorias das três universidades abriram sindicâncias contra os estudantes grevistas e na USP mais de 400 trabalhadores tiveram cortes de salários nos três meses de greve.
Veja os primeiros depoimentos contra essas punições, participe e fortaleça a campanha enviando o seu apoio para a redação do Esquerda Diário!

terça-feira 26 de julho de 2016 | Edição do dia

"Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons; Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda; Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis." B. Brecht
E nos dias de hoje, todas e todos que lutam pela educação, seja por um dia ou a vida toda, são vitais. Diante da ofensiva que visa desmontar o ensino público, lutar para não retroceder o que foi conquistado e para que se avance ainda mais um projeto de educação socialmente reverenciado, os estudantes grevistas da Unicamp, USP e Unesp são exemplo de resistência. Por isso, nenhuma punição aos imprescindíveis!!
Elson Costa – Estudante de Ciências Sociais, Unicamp

O período da greve na Letras foi muito gratificante, principalmente a ocupação do prédio, que mudou o meu modo de enxergar aquele lugar, que passou de apenas um lugar acadêmico e se tornou um espaço de luta para uma universidade melhor.
Uma das cenas mais marcantes dessa greve, para mim, foi a unificação das pautas dos estudantes com as pautas dos trabalhadores, que são quem constrói a nossa universidade. Essa greve serviu para fortalecer a luta contra o desmonte da universidade e dar um aviso para a reitoria, Não tem Arrego!
Bia Pinho - Estudante de letras, USP

Eu, Vilma Maria, trabalho no bandejão da USP, sou contra toda repressão a estudantes e trabalhadores. Eu não concordo com isso que acontece em São Paulo, em nosso país. Só os “colarinhos brancos” têm direitos. Os estudantes são o futuro do país, não podem ser oprimidos assim! Reprimir estudante, abrindo processo, é absurdo! Políticos fazem de tudo em benefício próprio e nada acontece e quando é o estudante lutando por educação, pode reprimir? Isso é um absurdo e sou contra essa perseguição aos trabalhadores e estudantes.
Vilma Maria - Trabalhadora do Bandejão, USP

Acho a luta dos estudantes das estaduais paulistas, em defesa da educação pública, justa e necessária, por isso sou contra as punições.
Natália Mantovan - Trabalhadora dos Correios, Agência Unicamp .

Eu, Gabriele Palma, enquanto estudante e prounista na PUC Campinas, que sinto diariamente as dificuldades de me manter dentro do mundo universitário, apoio as reivindicações por permanência estudantil levantadas pelos alunos da Unicamp, e repúdio qualquer tipo de punição pelos que lutam pela educação, pois acredito que essa luta não é só para os alunos da Unicamp, mas para todos os universitários de baixa renda, e para aqueles que tem sua entrada no ensino superior barrada pelas burocracias e falta de programas de permanência.
Gabriele Palma - Estudante de Artes Visuais, PUC Campinas

Como secundarista que acompanhou toda a luta da unicamp e acredita em uma outra estrutura de mundo, estando ao lado dos universitários e dos trabalhadores que lutaram contra a reitoria, pelos seus direitos. Envio aqui todo o meu apoio! Quem luta não merece punição!! E essas lutas só mostraram o potencial que a juventude tem junto dos trabalhadores e o quanto quem tem o poder nas mãos os teme!
Raissa Gabriela Leite – Estudante secundarista de Campinas

Meu nome é André, auxiliar de cozinha em uma das creches da USP. Nossos empregos estão em risco. Sem escolha, centenas de trabalhadores da SAS optaram pelo único meio de luta que possuímos, a greve. Durante 68 árduos dias resistimos aos ataques da administração da USP e do reitor Zago com todo seu aparato repressivo: a perseguição da PM, as mentiras vinculadas na mídia burguesa e principalmente pela subtração dos nossos salários, fonte da sobrevivência de centenas de famílias. Resistimos 68 dias, graças a nossa união e ao apoio de milhares de trabalhadores de outras unidades da USP. A greve terminou, o corte de ponto permaneceu, mas saímos de cabeça erguida, pois não aceitamos a triste realidade imposta por uma minoria privilegiada que administra a universidade. Permaneceremos organizados para continuar resistindo aos ataques não só aos trabalhadores da USP, mas toda a classe trabalhadora e a juventude. Não tem arrego!
André - Trabalhador da Creche Central, USP

Durante o período de greve os estudantes organizaram diversas atividades de intervenção para poder chamar a atenção da reitoria e dos governadores, mostrando-se insatisfeitos com o regime atual que diversas vezes evitou uma negociação por meio de dialogo, porém o desconforto de alunos e professores contrários a luta pela educação está resultando em perseguições e sindicâncias (punições), que podem acabar levando alunos perseguidos à sair da universidade, quando não, serem privados do acesso a qualquer outra instituição de ensino superior publico. Estas represálias contra os estudantes devem acabar, visto que, estes apenas exerceram seus direitos e elas não prejudicaram apenas os alunos perseguidos, mas também suas famílias, colegas de classe e auxiliará no desemprego, que já esta em ascensão no Brasil.
Vinícius Franco – Estudante do PROFIS, Unicamp

Sou funcionária da Unicamp e sou em primeiríssimo lugar contra toda e qualquer punição aos estudantes! Que crime cometeram esses meninos e meninas?? Lutar por acesso à educação pública para todos? Que país é esse que criminaliza jovens que dedicam parte de suas vidas para construir um mundo menos desigual?? Senhores carrascos de plantão, guardem seus desejos de processar para os bandidos que nos roubam diariamente e depois recebem foro privilegiado e delação premiada! Senhores carrascos de plantão, deixem o coração dos estudantes fazer a tarefa que vocês nunca fizeram!!
Maria Dutra de Lima – Trabalhadora do IFCH, Unicamp

Sou professor da rede estadual e sinto no meu cotidiano o significado do projeto de educação dos poderosos. A única esperança para que a maioria dos meus alunos possa cursar o ensino superior público é o caminho da luta. Hoje os estudantes da Unicamp são a ponta de lança desse caminho. Quem quer puni-los quer também condenar a possibilidade da universalização do ensino superior, público, gratuito, de qualidade para todos.
Danilo Magrão – Professor, Campinas

Eu enquanto prounista pude sentir as dificuldades de permanência na Universidade desde o ingresso, o acadêmico sobrevive sem dignidade, isso quando não tem que trancar a matrícula, o que não é diferente pro movimento grevista da Unicamp, que reivindica também mínimas condições de subsistência no período acadêmico, como pilar da garantia fundamental de acesso a educação de qualidade. As ocupações dão voz aos antes meros descartes, evidenciam o protagonismo de quem não é elite e também é parte da Universidade.
Quero manifestar que nenhuma das punições vai passar, ameaças de sindicância são pra tentar silenciar, as lutas se unificaram, e não mais nos calarão!
Todo apoio a greve e ocupações!
Juliana Perez - Estudante de Direito, PUC Campinas.

A greve de 2016 da USP foi, sem dúvidas, uma greve difícil. Entramos em greve no dia em que se consolidava o golpe no país. Mas mesmo em uma luta dura, há tempos não se via tamanha disposição de luta, tamanho desejo de defender a educação e a saúde públicas. A reitoria, o governo, a mídia são inimigos fortes, mas nada apaga a experiência de lutar lado a lado com os exemplares trabalhadores da USP, que tanto nos ensinam, e ver nascer nos olhos de muitos jovens estudantes uma faísca que não se apaga, uma paixão por transformar o mundo que repressão alguma destrói. Por isso seguimos em luta contra qualquer tipo de punição que possa vir a acontecer: mexeu com um de nós, mexeu com todos, porque o maior aprendizado de processos de luta como esse é o companheirismo e a certeza de que só a luta muda a vida.
Flávia Toledo - Estudante de Letras, USP

Eu sou contra as punições, primeiro porque tanto a greve quanto o piquete foram deliberados em regime de assembleia, por isso a decisão precisava e precisa ser respeitada por todas as categorias, mesmo porque os alunos estavam no exercício de um direito coletivo que por assim ser se sobrepõe ao individual, ao de ir e vir daqueles que queriam assistir ou dar aula. Segundo porque quem luta por educação não merece punição! Se esta se concretizar vai servir não só pra punir o movimento e coagir os alunos no exercício dos seus direitos coletivos, como também mostrar o quanto a UNICAMP é intolerante e elitizada, chegando ao ponto de punir a luta por condições básicas que a universidade não garante não por falta de orçamento, mas por falta de interesse.
Luana Couto – Estudante de Ciências Sociais, Unicamp

Sou Elenice, trabalhadora do bandejão da USP e quero dizer que sou contra a toda e qualquer repressão aos estudantes das estaduais paulistas que estiveram bravamente lutando pelos seus direitos e por uma educação de qualidade.
Que nenhum estudante venha a ser punido por está buscando melhorias e garantias de que seus direitos sejam respeitados e acima de tudo que as obrigações por parte desse governo sejam cumpridas. "Não á repressão aos estudantes". "Não â toda forma de opressão e retaliações aos estudantes das estaduais paulistas, que lutaram e continuam lutando por uma educação de qualidade para todos".
Elenice Rocha - Trabalhadora do Bandejão, USP

Há mais de 2 meses de greve, nós estudantes da Unicamp estamos de greve e desde então sofremos com violência física e psíquica por parte de vários docentes. Ao tentar dialogar e questionar um professor do IFGW sobre a questão de permanência estudantil e as cotas étnico-raciais, tive que primeiro ser filmado/ameaçado e depois ouvir: "a seleção é a desigualdade é natural. Os mais fortes sempre devem ganhar". Isso e vários outros relatos que tenho e compartilho com meus colegas, só releva o projeto privatista e excludente proposto por boa parte desses professores. Por isso: QUEM LUTA PELA EDUCAÇÃO, NÃO MERECE PUNIÇÃO; por cotas, permanência e ampliação; por uma universidade verdadeiramente pública.
Victor Sampaio – Estudante de Ciências Sociais, Unicamp

Envio toda a minha solidariedade aos companheiros que seguiram em luta em defesa da educação e que vem sendo ameaçados pela direita, agredidos por professores e que agora são punidos pela universidade. A luta pela educação deve seguir unificada, por cotas, moradia, pelo fim do vestibular, por bandejão e mais permanência nas universidades privadas e pela sua estatização, mas também contra o governo golpista que veio pra atacar ainda mais nossos direitos. Não vai passar nenhuma punição! Todo apoio aos estudantes da Unicamp em luta!
Beatriz Beraldo - Estudante de Artes Visuais, PUC Campinas

Ocupamos! E ocupamos de maneira completamente consciente e com pautas extremamente legítimas, fomos um dos primeiros prédios a ocupar é um dos últimos a desocupar durante a greve, o que exigiu muito de nossos companheiros de luta. Foi uma experiência única de aprendizado, de senso coletivo, de como é ter atividades públicas, onde pela primeira vez achei bom ver uma sala completamente lotada, pois os espectadores estavam lá por puro interesse e não por obrigação. Pela primeira vez pude saber o que é viver em comunidade, o que é se sentir sujeito político, o que é ter voz ativa no local onde você reside. E, levando em conta as pautas que tínhamos, e ainda temos, qualquer tipo de punição contra os alunos é claramente a reitoria e os setores burocráticos afirmando que são contra qualquer melhora na educação pública!
Arthur Alves – Trabalhador e apoiador ativo na ocupação dos estudantes na USP

A Universidade estadual de Campinas está no grupo das últimas do país que ainda não adotou o sistema de cotas como uma forma realmente eficaz de inclusão. Nos últimos tempos vem sendo diminuído gradualmente o número de bolsas para permanência estudantil, como bolsas trabalho e vagas na moradia, até mesmo alunos ingressantes não conseguem apoio para continuar com os estudos. Mesmo com tudo isso no começo do ano, o reitor Tadeu anunciou um corte orçamentário de 44 milhões de reais, que iria afetar diversas áreas da universidade que já são bem precarizadas, como, por exemplo, contratação de funcionários, e o Hospital das Clínicas. Por esses motivos foi construída na Unicamp uma greve histórica, onde humanas, exatas e biológicas se uniram e paralisaram suas aulas. Esse movimento gerou muita revolta entre alguns docentes, que estão agora em uma luta com a reitoria a favor de punições de estudantes, por mais esse motivo nós continuamos na greve, pois é inaceitável, punições para quem luta por uma educação superior pública de qualidade e inclusiva. Cotas Sim, Cortes Não, Contra o golpe, Pela educação, por Permanência e Ampliação, contra todas as Punições.
Douglas Sena – Estudante de Ciências Sociais, Unicamp

A greve das estaduais paulistas está dentro de um contexto político de fortalecimento da direita, após o golpe institucional que tem por objetivo impor ataques e derrotas a todos que defendem a educação e qualquer serviço público. Contrariando a regra, construímos uma greve muito forte e massiva, escancarando o elitismo e racismo estruturais nessas universidades, que não aceitam cotas, que desvalorizam os trabalhadores e só se importam com as multinacionais e os rankings. Foi porque questionamos a "excelência para quem?" que querem nos punir, querem responder com sindicâncias e cortes de salários. Mas não permitiremos, pois nossa luta é legítima e lutar não é crime!
Tatiane Lima - Estudante de Ciências Sociais, Unicamp

Participar dessa greve foi o maior aprendizado que eu poderia ter no meu primeiro semestre como aluna da Letras. Muito longe de ser uma "greve de pijamas", como muitxs, equivocadamente, intitularam, estes mais de dois meses e meio de greve foram extremamente intensos e trabalhosos, repletos de reuniões, assembleias, atos e ocupações. Entendi o que é a luta de classes quando o salário dxs funcionárixs foi cortadx. Compreendi o que é a violência policial quando o CRUSP foi bombardeado. Senti na pele o medo, o frio, o cansaço... Mas, acima de tudo, aprendi o que é resistência, companheirismo, força (a verdadeira força, a da população). Descobri que há pessoas que se importam com xs outrxs, que não aceitam injustiças e que dão o seu sangue, a sua voz, a sua alma na luta pela dignidade humana. Esse período de greve me fez acima de tudo, acreditar que lutar é preciso. Logo eu, que estou no mundo das artes marciais há mais de quinze anos, apenas agora, aprendi a lutar. Aprendi bastante ao lado das minhas companheiras de luta (sim, as mulheres foram linha de frente dessa greve) e entendi que o diálogo e o respeito são extremamente importantes e necessários e devem ser a força motriz de qualquer negociação. Entretanto, quando o diálogo é cortado e o respeito é esquecido, situações que presenciamos muitas vezes por parte daquelxs que detém o poder, outros métodos são necessários. Nossas leituras nos ensinaram esses métodos e nossos debates nos fizeram refletir sobre a medida certa deles. Saímos da greve, mas a luta continua. O desmonte da Universidade está aí, batendo na nossa porta, ao lado da precarização da Saúde e da Educação, mas iremos resistir, afinal, a greve foi apenas o início que nos uniu e nos instruiu. É agora que iremos colocar tudo em prática!
Aline Toffoli - Estudante de Letras, USP

A greve é um instrumento de luta para defender nosso sustento e as condições de vida da nossa família (moradia, comida, contas, remédios, saúde, educação etc). Na greve da USP, tentamos de todo jeito mostrar como a Reitoria e o Governo estão ameaçando os direitos mais básicos, cortando postos de trabalho, impondo o arrocho salarial e destruindo a Educação e Saúde públicas. Os serviços do Hospital Universitário, dos Centros de Saúde, da Escola de Aplicação, das Creches, dos Bandejões, a Permanência Estudantil e a criação de vagas com Cotas étnico-raciais, entre outros, são os meios de garantir o acesso da população mais pobre e proveniente das escolas públicas à Universidade pública. Os mais afetados são os moradores das comunidades do entorno, os trabalhadores terceirizados, a juventude pobre e negra e os trabalhadores das funções básicas e técnicas que estão sendo cada vez mais expulsos da USP elitista, racista e machista. Por isso lutamos para mostrar, que um direito sempre deve ser pleno e concreto, caso contrário ele é uma grande enganação!! Não existe direito de greve sob a imposição da fome de centenas de famílias. Lutar contra as punições e contra o corte de salário de uma greve significa defender cada luta que acontece e cada luta que ainda está por vir, significa defender o papel que todos os Sindicatos deveriam ter, fortalecendo a organização dos trabalhadores e não aceitando nenhum direito a menos. Proteger o direito de greve é proteger nossas condições de luta e de vida!
Yuna Ribeiro - Trabalhadora da Prefeitura do Campus, USP

A greve na Unicamp é pautada, principalmente, por cotas étnico-raciais, por permanência estudantil e contra os cortes, mas não só. Nós lutamos também pelo direito de lutar e as punições atingem diretamente isso. A iniciativa de ameaçar e punir grevistas, tomada por alguns professores, diretores e pelo reitor significa a criminalização do movimento. É dizer que não é nosso direito se mobilizar contra os absurdos que vemos nessa universidade racista e elitista e é também uma tentativa de impedir que futuras greves cheguem a magnitude que essa chegou. Arrancamos 600 vagas na moradia e um debate amplo sobre cotas, agora continuamos na luta pelo nosso direito de lutar e não aceitaremos nenhuma punição.
Milena Tibúrcio – Estudante de Ciências Sociais, Unicamp

Estar nessa última greve construindo a luta junto com outros estudantes e em conjunto com os trabalhadores foi muito fortalecedor. Diante dos ataques da Reitoria nos vimos acuados de diversas formas, enquanto sujeitos de uma luta contra o desmonte da Universidade e educação pública como um todo, não nos acovardamos em nenhum momento e mesmo com o fim de uma greve com poucas vitórias expressivas acredito que a batalha não acaba aqui, muito pelo contrário, o próximo passo além de seguir mobilizados é se colocar firme contra qualquer punição e ataque a quem exerce seu direito de lutar, a quem aderiu a greve como método legítimo dessa luta. Nenhuma punição aos que lutam por saúde e educação de qualidade!
Aline Souza - Estudante de Pedagogia, USP

1/3 da população do estado de São Paulo é negra e não pode estudar e nem mesmo tem acesso para frequentar a Unicamp. Por isso, cotas raciais é uma das pautas da greve dos estudantes. Como os estudantes da USP, lutamos para que tenham vagas reservadas e garantidas para os negros. Além de estarmos em greve contra o corte de 40 milhões do reitor Tadeu, em que 10 milhões seriam apenas para área da saúde. E o Tadeu responde a nossa greve com ameaça de punição, expulsão e suspensão, ele quer tirar os lutadores da Unicamp. Quem luta por educação pública e de qualidade não merece punição, se pune um, pune todas e todos. Não vamos deixar que seja punido nenhum estudante.
Cássia Rodrigues – Estudante de Ciências Sociais, Unicamp

É difícil falarmos de vitória ou derrota nessa greve. Mesmo não conseguindo as nossas pautas, por conta de diversos erros da direção do movimento, que não conseguiu unificar a luta entre os cursos, entre as categorias e entre as estaduais e os secundas, o que vejo é que quem entrou em greve - que não foi pouca gente e nem só os mesmos de sempre - não está com um sentimento de derrota, de desilusão com a luta, mas sim com mais convicção que nunca sobre o que nos motivou a começar essa greve. Precisamos agora ir com muita força contra a repressão que os estudantes estão sofrendo para preservarmos os nossos lutadores para as próximas batalhas que virão.
Bianca Coelho - Estudante da Letras, USP

Sou Patricia Galvão, trabalhadora da FFLCH. Durante essa greve de 68 dias pudemos contar com a força dos trabalhadores e seus métodos contra o corte de ponto. Mas um fator que foi fundamental na nossa luta foi a unidade com os estudantes da ocupação da Letras. Graças a essa unidade, na FFLCH conseguimos conter a sanha por punições contra trabalhadores e estudantes. É preciso lutar contra a repressão aos estudantes e trabalhadores em toda a USP e em todas as universidades estaduais. Os trabalhadores devem por sua força a serviço da defesa desses estudantes que bravamente lutam ao nosso lado em defesa da educação, da universidade e dos trabalhadores!
Patricia Galvão - Trabalhadora da FFLCH, USP




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