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Rio de Janeiro | Dez mil casas não tem nem banheiro no Rio de Janeiro de Castro

Cenário de população ausente de saneamento básico é parte do atual governo de Cláudio Castro, e continuidade das gestões de governos anteriores como a de Sérgio Cabral e Pezão no estado do Rio, e o de César Maia na prefeitura, aprofundando ainda mais a situação com a corrente de privatizações pelo país que atingiu a Cedae, por exemplo, com apoio de Bolsonaro e Guedes.

segunda-feira 4 de julho de 2022 | Edição do dia

Segundo uma reportagem do jornal O Globo, atualmente mais de 10 mil casas não tem banheiro. O texto revela a situação absurda em que vive Lanuzia Santana Villas Boas, de 32 anos, que vive com seus dois filhos numa barraco de madeira onde na ausência de um banheiro, precisam tomar banho de balde. Ao mesmo tempo, vive tendo problemas com a bomba d’água, que a obriga a pegar água com vizinhos.

Ela, Lanuzia, vive de bicos como empregada, cabeleireira e o que mais tiver disponível e sonha em ter uma casa minimamente digna de viver com seus filhos. Importante ressaltar o quão inacreditável é o fato de que Lanuzia vive a 200 metros da Avenida Atlântica em frente a uma das 7 praias mais famosas do mundo, a de Copacabana, que é um dos maiores centros de concentração econômica do país, riqueza essa que jamais chegou nas mãos do povo preto, pobre de favelas e periferias.

Além disso, um dos motivos da ausência de banheiros nas residências destas localidades está profundamente ligada ao abandono estatal em relação ao saneamento básico. Não há estrutura montada, ou se encontra precária, para canalizar o despejo de esgoto que vem das casas nas encostas. Só em Ipanema, na Rua Cândido Neves, já faz 30 anos que esgotos descem do morro em natura e infiltram casas e condomínios dos arredores.

Logo, todas estas décadas de descaso com direitos básicos de higiene e saneamento datam de períodos onde governaram César Maia, Sérgio Cabral e Pezão em que os reflexos catastróficos da falta de gerência daqueles governos, sofremos até hoje.

Nitidamente, Castro acelera o desmonte das empresas públicas para fazer a vontade de empresários que agora se encontram no controle, por exemplo, da recém-privatizada Cedae que é responsável por toda as estruturas pluviais e fluviais do estado do Rio de Janeiro. Esse programa faz parte da onda bolsonarista de desmonte tendo Guedes como principal gestor, e o presidente o detentor das canetadas.

Assim, se vemos Lanuzia e tantas outras famílias sem trabalho digno (reflexo da reforma trabalhista realizada no governo Temer), sem moradia e sem direitos básicos de se ter um esgoto canalizado, isso faz parte do plano de poder de pessoas como Cláudio Castro que carregam o bastão bolsonarista aqui no estado, e fazem uma política de destruição das poucas políticas públicas que tinham sido conquistadas pelo povo. Ainda mais, temos visto que Freixo, forte candidato a governador nas próximas eleições, confirmou sua aliança com César Maia como vice, figura esta detentora de um histórico lamentável de destruição de serviços públicos básicos na década de 1990 e anos 2000.

Por isso, é necessário que se faça uma aliança dos trabalhadores com movimentos de periferia e de favela, abandonados pelo estado, que levante uma alternativa de independência de classe, pela reestatização da Cedae e sob o controle dos trabalhadores. Serviços de abastecimento de água e esgoto tratado precisam estar na mão da população, e isso só será conquistado combatendo de frente a extrema-direita, mas sem que hajam ilusões onde nenhuma aliança burguesa como a de Freixo e César Maia resolverá o estrago que já foi feito.




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