Nesta quarta-feira, oitenta e quatro dias depois de ser afastado do cargo e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, por tentar atrapalhar as investigações da Justiça e do Congresso, o Deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB) realiza uma festa de despedida da residência oficial da presidência da Câmara.
quinta-feira 28 de julho de 2016 | Edição do dia
Com um churrasco regado a garrafas de espumante e música ao vivo, Cunha reuniu cerca de 50 pessoas, entre funcionários e seguranças, para festejar, enquanto correm na justiça vários processos contra ele, a saber, cassação de mandato aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara, por quebra de decoro. Duas ações penais, em que é réu na Lava Jato, por receber propina de negócios ilícitos na Petrobras. Investigação em outros três inquéritos por uso do cargo parlamentar para beneficiar aliados em troca de favores indevidos e denúncia por participação em um esquema de corrupção na Caixa.
O peemedebista estava ainda acompanhado de sua mulher, Claudia Cruz, que também é ré na Lava Jato, sob a acusação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas de valores, que teriam vindo de desvios da diretoria internacional da Petrobras. Os dois se despedem da residência oficial "com honra e mérito" pelos serviços prestados ao golpe.
Esse cenário só demonstra que Eduardo Cunha, como tantos outros corruptos, dança na cara da justiça brasileira, festejando, no alto da mansão custeada pelo povo, a sua impunidade. Enquanto isso, no Brasil real, 40% da população carcerária, majoritariamente negra, sequer passou por julgamento. Isso comprova que a balança da justiça em nosso país sempre pende para o favorecimento dos poderosos, em detrimento da maioria da população.
É necessário, portanto, que corruptos como Cunha tenham seus bens confiscados e que todo o dinheiro roubado retorne imediatamente aos cofres públicos, para ser revertido em um plano de obras que atendam as necessidades da população que hoje sofre os mais variados ataques dessa quadrilha de corruptos e ajustadores.
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