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Desemprego no RS aumenta 868% em comparação com 2019, idosos são os mais afetados

A pandemia abriu ainda mais a ferida da crise capitalista, que está sendo descarregada sobre os trabalhadores. Entre idosos com mais de 65 anos a taxa de demissões subiu 47,1% em comparação ao ano passado.

terça-feira 18 de agosto de 2020 | Edição do dia

Segundo dados da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia ocorreram 380.276 demissões em 2019 no estado do RS entre março e junho, em 2020, no mesmo período, ocorreram 364.551, foram 15.725 a menos. Porém em 2020 houveram apenas 233.630 contratações contra 365.198 em 2019. O saldo final desse cálculo resulta numa diferença entre contratações e demissões de 15.078 em 2019 e de impressionantes 130.921 em 2020. 868,29% o que mostra a ineficiência das políticas federais e estaduais para com o emprego.

Os dados mostram também que os que mais sofreram com demissões durante a pandemia foram pessoas com mais de 65 anos de idade, considerados público de risco. Os economistas burgueses e empresários justificam as demissões de duas formas: uma justamente pelo fato de serem público de risco ao se exporem ao novo coronavírus, o risco de adoecerem e gerarem “encargos” é maior; outra pelo fato de terem maiores salários.

A política para geração de emprego de Eduardo Leite esse ano destinou 2,4 bilhões de reais para empresários, segundo ele mesmo em live, que gerou 7124 novos postos de trabalho. Leite fala isso sem demonstrar nenhuma vergonha, pois qualquer pessoa com uma calculadora pode dividir 7124 por 2,4 bilhões e ver que os empresários beneficiados pelo FUNDOPEM ganharam 336 mil reais por cada posto gerado. Uma verdadeira bolsa empresário enquanto o povo trabalhador se espreme entre a pandemia e a fome.

Na narrativa da classe exploradora essas demissões são necessárias para salvar as empresas, ou seja, manter os seus lucros o mais intactos possível. Mas a nossa narrativa precisa ser outra, os trabalhadores são a única classe que gera riqueza, é preciso exigir a abertura do livro de contabilidade de todas as empresas que demitem ou ameaçam demitir. Exigir que em última instância os capitalistas usem seus bens para manter os empregos, ou entreguem o controle das empresas para os próprios trabalhadores, pois qualquer fábrica ou serviço funciona sem o patrão mas não sem o trabalhador. É possível manter todos os trabalhadores empregados dividindo as horas de trabalho sem redução salarial se os absurdos lucros da classe empresarial não existir.

Para lutar pelo direito ao emprego é necessário que os próprios trabalhadores se organizem em cada local de trabalho, elegendo comissões de saúde e auto-defesa, pressionando desde baixo os dirigentes sindicais burocratas a se mexerem e retomar os sindicatos para uma coordenação de trabalhadores organizados em cada local. O empresariado e a burguesia estão organizados para nos atacar e descarregar a crise sobre nossas costas, de outro lado grandes partidos de esquerda como PT e PCdoB que dirigem a maior parte dos sindicatos e as maiores centrais sindicais do país, respectivamente CUT e CTB, não estão organizando a resistência necessária e nem sequer saem em defesa do emprego quando ocorrem demissões em massa, se limitam a negociar as rescisões. Por isso é necessário uma auto organização dos próprios trabalhadores para superar essa burocracia sindical e enfrentar os ataques de Bolsonaro, Mourão, Leite, STF, Congresso e os capitalistas para que seja eles que paguem pela crise que criaram e não nós.




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