×

COPA AMÉRICA | Derrota da Argentina na Copa América: geração perdida?

segunda-feira 27 de junho de 2016 | Edição do dia

Quatro de julho de 1993 - há mais de duas décadas que a Argentina não sabe o que é festejar a conquista de uma taça, desde os dois gols de Batistuta contra o México que garantiram sua última conquista a Copa América.

Para ficar só neste século, e restrita as participações continentais o balanço é traumático: em 2004, o Brasil de Adriano, provocou as penalidades que D´Alessandro e Heinze erraram, dando o título ao rival. Em 2007, na Venezuela, mais uma vez o Brasil, a Argentina sobrava no torneio, derrotando todos os adversários até a final, onde um Brasil contestado de Dunga como treinador acabou por golpear a favorita Argentina. Em 2011, em casa, o Uruguai pelo caminho em decisão das quartas de final nos pênaltis, mais uma frustração da geração de Messi.

Mesmo com muita força nas seleções de base (cinco títulos no sub-20 e duas medalhas de ouro nas Olimpíadas em 2004 e 2008), a Argentina tem acumulado fracassos inexplicáveis. Os dois títulos da Copa do Mundo (78 e 86), os 14 títulos da Copa América e uma Copa das Confederações parecem distantes, e a espera cada vez mais insuportável.

A pressão interna é refletida nas palavras do maior ídolo “Tenho certeza que ganharemos do Chile no domingo. E, se não ganharmos, é melhor que os jogadores nem voltem para a Argentina”, palavras de Maradona em entrevista ao canal de televisão argentino C5N.

O argumento de que o nível técnico dos jogadores argentinos caiu ao longo desses anos, como usado pelo Brasil, não ganha força, no papel não há seleção mais forte nas Américas do que a Argentina. Do meio para frente, em nenhum outro país do mundo há equipe que se equipare ao talento da Albiceleste: Messi, Aguero, Higuaín, Di Maria, Lamela, Gaítan, Lavezzi, só para ficar nos convocados por Tata Martino. A qualidade, no entanto, não tem rendido títulos nos últimos anos. A questão é que mesmo com times fortes e fazendo boas campanhas, a seleção argentina é afligida pela sina de falhar em momentos decisivos e a geração de Messi rotulada de geração sem títulos com a seleção principal.

O jogo para superar a incômoda escrita mais uma vez colocou a seleção chilena no caminho e alguns fatos se repetiram como em 2015: a Argentina chegou favorita marcadamente pela sua superioridade técnica controlando boa parte das ações do jogo, porém as repetições em relação a 2015 continuaram em forma de ônus com Di Maria novamente saindo machucado, Higuaín seguindo seu calvário de perder gols em finais com a camisa da Albiceleste e Messi sentindo o peso da responsabilidade de liderar a seleção (Maradona estaria correto?).

Nos últimos torneios, algumas polêmicas marcaram a seleção Argentina, dificuldade de relacionamento entre jogadores, trabalho da comissão técnica bastante contestada por ser supostamente limitada no aspecto tático, e a polêmica da vez que coloca Messi em rota de colisão com a AFA a respeito da ineficiência da entidade máxima do futebol argentino em garantir condições logísticas adequadas a sua seleção.

A soma desses aspectos possivelmente explica boa parte do fracasso da seleção Argentina em obter os títulos que tem condições de vencer, acrescidos do fator emocional visivelmente presente nas “pernas” dos jogadores na partida em Nova Jersey. Com esse novo revés o questionamento que fica é: seria essa geração de jogadores reconhecidamente vitoriosa em seus clubes, incapaz de conseguir o mesmo sucesso com a camisa nacional?

Um Chile irregular, dirigido por Juan Antonio Pizzi e com uma potência ofensiva excepcional nos dois jogos anteriores a final, sem a convocatória de Valdivia, na final não converteu gols durante os noventa minutos mas levou o jogo aos pênaltis e foi certamente muito mais eficaz na definição além de contar com um inspirado Bravo, que aliás salvou o jogo no primeiro tempo suplementar frente a Aguero.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias