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MACHISMO E RACISMO | Deputado PMDB-RJ: "me sinto uma filha de empregada, só sirvo pra comer"

domingo 5 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Deputado Celso Jacob com Temer e Eduardo Cunha

A coluna do jornalista Lauro Jardim do jornal O Globo teve acesso a um grupo de WhatsApp de deputados do PMDB. Nas conversas reveladas, o deputado Celso Jacob, do Rio de Janeiro, se queixa das dificuldades para conseguir falar com qualquer ministro do governo Temer, e conta que precisa interceder junto a outras figuras do partido, que nas vezes anteriores o ajudaram com má vontade.

O deputado diz esperar maior consideração quando o governo pede “votos difíceis” para ele, e afirma: “Às vezes me sinto a filha da empregada pobre mas gostosa”, que “só serve para comer e nem fala mais”.

As afirmações do deputado revelam várias questões sobre os meandros da política burguesa, como as negociatas, em que o parlamentar espera receber compensações pelos “votos difíceis”, o que poderia ser alcançado com maior acesso aos gabinetes dos ministérios.

Mas salta aos olhos o machismo da afirmação e a objetificação do corpo feminino, especialmente das mulheres pobres e negras, visto pelo parlamentar como algo para uso imediato e descarte. Essa visão sobre a empregada doméstica e sua família nos remete ao período da escravidão no Brasil, onde eram frequentes e não eram puníveis os estupros e outras formas de violência praticadas pelos senhores contra suas escravas.

Essa é a visão sobre a mulher da classe trabalhadora de um deputado do partido do presidente Michel Temer, e que é do mesmo estado onde o PMDB tem aplicado duros ajustes sobre toda a classe trabalhadora e a juventude. Mulher trabalhadora, pobre e negra só serve para comer. Um retrato da elite nacional.




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