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YANOMAMI | Depois de um ano do ataque de garimpeiros aos Yanomami o quadro se repete e os responsáveis seguem impunes

Depois de diversos ataques a mesma comunidade, não houve nenhum esforço da justiça ou de Bolsonaro contra os garimpeiros. O governo é responsável.

terça-feira 10 de maio de 2022 | Edição do dia

Foto: © Bruno Kelly/HAY - via G1

Hoje, dia 10 de maio, faz um ano do ataque de garimpeiros à uma comunidade Yanomami em Roraima, a Palimiú, que chegaram em sete barcos, armados, contra os indígenas, deixando diversos feridos e assassinando duas crianças da comunidade. Nos dias seguidos do ocorrido, os garimpeiros voltaram a ameaçar e atacar a comunidade diversas vezes, deixando mais feridos. As ameaças viraram fato constante na vida dos indígenas, que declaram recebê-las cotidianamente, inclusive voltadas às crianças da comunidade.

Em entrevista ao G1, Josimar, jovem Yanomami de 22 anos, afirma que "Os garimpeiros ainda ameaçam a gente. Lá na nossa comunidade, eles [garimpeiros] passam todos dias, de noite, à tarde. As crianças não dormem bem. Todo dia isso, subindo e descendo o rio". O jovem ainda relata uma situação em que os garimpeiros sequestraram seus sobrinhos e os jogaram na mata, sozinhos. As crianças ficaram desaparecidas durante todo o dia e foram encontradas só à noite, assustadas, afirmando que os garimpeiros queriam matá-las.

Apesar das atrocidades constantes e da polícia dizer prestar apoio, permaneceram no local algumas vezes e ficaram poucas horas, sem nenhum esforço de combater a situação em nenhuma das inúmeras vezes dos ataques. Depois de um ano, nenhum dos responsáveis foi detido e sequer identificado pela PF e o inquérito foi arquivado pelo MPF.

O descaso da justiça e do governo Bolsonaro com os indígenas no Brasil é escancarado há anos. Recentemente, os Yanomami sofreram um novo ataque em que garimpeiros estupraram até a morte uma menina de 12 anos e deixaram uma criança de três anos cair no rio e se afogar. Frente a esses ataques, a comunidade Aracaçá, também situada em Roraima, teve que abandonar suas terras e fugir dos garimpeiros.

Veja mais: Liderança yanomami confirma que comunidade teve que sumir por conta da violência e seguem sob ameaça e perigo

Os Yanomamis e denuncias de suas associações mostram que é comum a prática de aliciamento, coerção, violência e estupros praticados por garimpeiros contra as comunidades Yanomami. Uma completa barbárie que vem sendo feito há décadas.

O garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami é feito por mais de 20 mil garimpeiros, e a área florestal destruída por eles superou 3 mil hectares, aumentando em 44% em relação à dezembro de 2020.

A política de Bolsonaro junto do Congresso, STF, dos militares e da direita com o reacionário pacote de destruição ambiental, a PL 490, o Marco Temporal, e principalmente, a PL 191 quer, na prática, a liberação da mineração em mais de 3 milhões de equitares nas terras indígenas, prevê mais crimes contra os indígenas e meio ambiente, e mais lucros ao agronegócio e ao imperialismo.

O governo é responsável por todos esses ataques! Chega de morte e estupros de Indígenas!




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