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ELEIÇÕES CONGRESSUAIS | Depois de muita pressão, PT decide abandonar apoio a golpistas no Congresso

Na tarde dessa terça-feira, 31, a bancada do PT anunciou somará apoio à candidatura de André Figueiredo do PDT na disputa pela presidência da Câmara de Deputados, anuncio que se dá após um cenário conturbado dentro do partido em função da sua intenção inicial de apoiar a reeleição do candidato golpista Rodrigo Maia do DEM, braço direito de Temer.

terça-feira 31 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Em votação simbólica, a bancada do PT decidiu de forma unânime abrir mão de compor a Mesa Diretora com o candidato Rodrigo Maia (DEM-RJ) e fechou apoio à candidatura de André Figueiredo (PDT-CE).

Em um gesto de consolidação do bloco dos partidos de oposição, os petistas ressaltaram o comportamento solidário de Figueiredo com o PT e enfatizaram que ele foi “combativo” na defesa do governo da ex-presidente Dilma Rousseff. "É uma candidatura importante num momento em que é necessário marcar posição no País", disse o líder da bancada na Câmara, Carlos Zarattini (SP).

Uma oposição a qual o PT sempre esteve muito bem acomodado, uma oposição formal, regimental, passiva, como expressou durante todo período em que se consolidava um golpe no país (propiciado pelo próprio PT através de suas alianças eternas com os setores mais reacionários do Congresso, fortalecendo-os), momento esse em que bradava contra o golpe sem organizar qualquer oposição real, nos locais de trabalho e nas ruas.

Durante reunião, de quase duas horas, nem os defensores de Maia sustentaram a possibilidade de apoiá-lo formalmente. Porém, não foi definida qual será a posição da sigla caso Figueiredo fique fora do segundo turno.

Zarattini reconheceu que a pressão da militância sobre os petistas foi decisiva para que o partido fechasse com Figueiredo, ex-ministro das Comunicações de Dilma. "A militância se colocou de uma forma muito forte, muito assertiva no sentido de que houvesse essa unidade do campo de esquerda e isso influenciou a bancada. Eu diria que foi decisivo para que a bancada tomasse essa posição de hoje", completou.

No entanto, a mudança de postura do PT em relação ao seu apoio aos golpistas em troca de cargos nas mesas diretoras não altera o seu caráter de partido cujo objetivo é ser parte integrante de um regime político democrático depravado, no qual prevalecem as negociatas, disputas por cargos, corrupção, privilégios e serventia às grandes empresárias com base em ataques aos trabalhadores.

Na reunião do colégio de líderes amanhã, 1º, quando serão definidos os cargos que caberão a cada partido, o PT vai reivindicar prioritariamente seu espaço na Mesa Diretora pelo critério da proporcionalidade (onde as maiores bancadas participam da divisão do poder na Casa). O PT tem a segunda maior bancada e terá a opção de pleitear o espaço da minoria na Mesa, conforme prevê o regimento. A bancada pode judicializar a questão se ficar fora do comando da Câmara.

A intenção do bloco é reverter a decisão do PCdoB, que anunciou apoio a Maia. Zarattini ressaltou que o apoio a Figueiredo era um gesto de união das forças de oposição e que considera possível mudar os votos no PCdoB. "Nós queremos trazer o PCdoB não só para o bloco, mas queremos também que ele apoie o André. Achamos que é a posição mais correta", afirmou o petista.

"Tenho expectativa ainda, mesmo que tênue, que o PCdoB possa rever sua posição", disse Figueiredo. O deputado busca o apoio agora da Rede e do PSOL


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