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MUNDO OPERÁRIO | Demissão massiva de trabalhadores no Walmart dos Estados Unidos e América Latina

A transnacional estadunidense começou suas demissões massivas de trabalhadores nos Estados Unidos e no Brasil, argumentando perdas econômicas.

quarta-feira 27 de janeiro de 2016 | 00:00

O gigante Walmart é a maior cadeia de lojas de varejo do mundo e uma das transnacionais imperialistas mais importantes, com entradas anuais que superam os 485 bilhões de dólares.

Em meados do ano passado, em meio aos turbilhões econômicos que sacudiram os Estados Unidos e o resto do mundo, as ações da empresa caíram 16% em Wall Street. Entretanto, essa tendência foi se revertendo e, ao final de 2015, os lucros superaram as projeções estimadas para esse período.

Apesar de seus lucros multimilionários, a empresa cinicamente argumentou faltas e pouca rentabilidade nas lojas dos Estados Unidos e da América Latina, devido às quais anunciou a demissão massiva de trabalhadores no início de 2016.

Com essa ação, torna-se evidente a estratégia dos empresários, que buscam sempre e por todos os meios fazer com que as perdas e as crises econômicas sejam pagas pelos trabalhadores e suas famílias.

Misérias aos trabalhadores, mais lucros aos capitalistas

Apenas nos Estados Unidos, o gigante imperialista pretende fechar 154 lojas e despedir 10 mil trabalhadores. A medida inclui o fechamento de 7 lojas em Porto Rico, a qual também afetará 400 trabalhadores na ilha.

No Brasil, recentemente foram fechadas 60 filiais e para o resto das sedes latino-americanas do Walmart aludiram o fechamento de mais 55 lojas. No total, serão 269 lojas fechadas e 16 mil trabalhadores latino-americanos e estadunidenses despedidos pela ambição da transnacional Walmart.

Enquanto milhares de trabalhadores e suas famílias são lançados às garras do desemprego e da pobreza, a fortuna da família Walton - proprietária da cadeia Walmart - ascende a mais de 80 bilhões de dólares. Os Walton são parte da reduzida elite parasitária formada pelo 1% mais rico da população que possui mais riqueza que os 99% restantes das pessoas do planeta. Esse é o verdadeiro rosto do capitalismo voraz de nossos dias.

Em toda a América, a mesma classe operária

Desde o Canadá ao Chile e do México ao Brasil, os trabalhadores e as trabalhadoras do Walmart sofrem no dia-a-dia os mesmos abusos no trabalho provenientes da empresa, que, sem se importar com nacionalidade ou gênero, busca sempre gerar maior quantidade de lucro às custas da exploração de seus trabalhadores. Para isso, o Walmart tem feito uso da subcontratação, da precarização do trabalho, das políticas anti-sindicais e dos salários de fome que paga para milhões de trabalhadoras e trabalhadores em todo mundo.

Para enfrentar a recente onda de demissões e a política abertamente anti-operária do Walmart, os trabalhadores não partem do zero. Em diferentes países da América, trabalhadores levantaram sua voz, se organizaram e conseguiram torcer o braço da gigante transnacional, com o apoio de sindicatos e movimentos sociais. Para mencionar alguns casos, aqui estão:

O movimento #FightFor15, em pleno coração do imperialismo estadunidense e nutrido por milhares de trabalhadores provenientes das comunidades latinas, de raça negra e outros setores de imigrantes, conseguiu um aumento do salário mínimo no Walmart. No movimento também confluíram trabalhadores das cadeias de Fast Food, e ganhou a simpatia da sociedade estadunidense que reconhece a luta por um aumento salarial.

No outro extremo do continente, no Chile, mais de 8 mil trabalhadores e trabalhadoras do Walmart se declararam em greve em dezembro de 2014. Isso no marco de um processo de negociação e ajuste salarial, encabeçado pela Federação Nacional de Trabalhadores do Walmart, conformada majoritariamente por mulheres. Essa ação organizada de trabalhadores representou perdas milionárias para a transnacional estadunidense, ao passo que se mostrou como uma ferramenta legítima e própria da classe trabalhadora para enfrentar a patronal.

Esses casos são apenas uma amostra do grande potencial que carrega a classe trabalhadora e que se extende para além das fronteiras nacionais. Na unidade e organização independente dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras da transnacional Walmart, está a força necessária para fazer frente à ambição imperialista e empresarial e impor uma saída favorável aos interesses das e dos trabalhadores.




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