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MITO DA DEMOCRACIA RACIAL | Década afrodescendente e o mito da democracia racial

quinta-feira 3 de março de 2016 | 00:00

Na semana passada, ocorreu uma aula magna na UFABC onde a Ministra Nilma Lino Gomes em sua aula mostrou o levantamento feito pela secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos mostrando que 73% dos beneficiados com programas assistencialistas nos últimos anos são de famílias negras.

Como as mulheres negras estão nos piores postos de trabalho, os mais precarizados cumprindo grande parte ainda funções ligadas ao trabalho doméstico assim como na prefeitura, os dados do governo mostram que 73% das famílias são beneficiadas pelo bolsa famílias são de origem negra e 68% são as mulheres as chefes de família.

A ministra Nilma em sua aula tenta mascarar que as medidas assistencialistas do governo são de longe uma forma de resolver o problema de desigualdade racial no país, pois na medida em que cresce o número de atendidos pelo bolsa família, as vagas de emprego e as oportunidades aumentam a desigualdade, pois o que Nilma não fala é que neste mesmo período o número de postos de trabalha terceirizados aumentou de 4 milhões para 12,7 milhões no governo lula e Dilma e que a esmagadora maioria são de mulheres negras.

O Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), por sua vez, tem 68% dos beneficiados negros ou pardos. O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida contemplou em 64,5% famílias afrodescendentes e, por fim, o Água para Todos levou cisternas a 9.967 famílias quilombolas, mas o governo está longe de dar titularidade as terras quilombolas e ter um plano de obras públicas capaz de atender o conjunto da população ainda mais em São Paulo que tem centenas de prédios fechados, enquanto uma parcela da população mora na rua.

Educação nunca foi prioridade!

Durante a palestra a ministra reivindicou a implementação da lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas públicas e privadas, mas não denunciou ainda que exista a lei ela não é implementada hoje nas escolas, por falta de preparo dos profissionais da educação, por falta de material didático desenvolvido para a matéria, por falta de interesse do governo em investir em educação de qualidade e garantir que os negros conheçam sua história. Por outro lado, na opinião de Nilma: “As cotas vão na ferida da desigualdade, agindo de maneira mais rápida e eficaz que qualquer projeto de lei.”

Sobre isso Jenifer Tristan estudante inadimplente da Fundação Santo André universidade na região comenta: “ As cotas são importantes pois colocaram 12%dos negros na universidade, mas é muito paliativo num pais onde mais de 50% se declara negro ou pardo, as cotas deveriam ser no mínimo proporcionais ao número de negros por estado para ser mais justo, mas nas universidades privadas e mesmo a FSA que tem um caráter misto as cotas não existem, os negros seguem fora das universidades e por isso defendo o fim do vestibular se educação é um direitos todo jovem, trabalhador, negro, LGBT tem que ter direito de estudar e sem pagar por isso!”

E os dados não amenizam as desigualdades

A Década Internacional dos Afrodescendentes segundo a ONU tem como principal objetivo incentivar ações mais efetivas do poder público em diversos países. A secretária de Políticas para Mulheres de Santo André está desenvolvendo ações na cidade para contemplar alguns objetivos do período.

Em Santo André, foi realizado um mapeamento de regiões que mais necessitam de políticas públicas de combate à discriminação, racismo e machismo. Conforme o levantamento, as regiões da Vila Luzita e Jardim Santo André são as que mais carecem de políticas públicas. São Bernardo afirmou ter planos para discutir ações sobre a Década Internacional dos Afrodescendentes, entretanto, não informou que assuntos serão tratados.

A questão é que a educação está longe de ser prioridade na região as escolas estão sem receber merendas, ou comidas com pedaços de papel é um escândalo como o governo que tanto em Santo André como São Bernardo são administrados pelo PT (Carlos Grana e Marinho) assim como na cidade de SP com PSDB de Alckmin ninguém se importa com a educação.

Eles apostam que quanto menos estudos mais fácil será de controlar a população, isso é uma meia verdade, porque ao mesmo tempo sua falta tem gerado manifestações como as ocupações e num país negro como o Brasil mostrar aos afrodescendentes sua origem e sua história pode geral um empoderamento dos que tiveram sua história negada.


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