A Bandeirantes, parte integral da mídia golpista, não viu nenhum problema nesse veto do bonapartismo judiciário: espera motorizar a campanha de Alckmin como o candidato a prosseguir as reformas golpistas contra os trabalhadores e a população.
sexta-feira 10 de agosto de 2018 | Edição do dia
Por ordem do judiciário autoritário e da Lava Jato, Lula não pôde participar do debate da Band. A ausência de Lula, preso arbitrariamente pelo judiciário, e o veto ao direito elementar da população de votar em quem quiser tiveram como correlato as inúmeras menções honrosas a Sérgio Moro - de Álvaro Dias a Ciro Gomes. Todo o debate foi o resumo do caráter fraudulento e profundamente antidemocrático de eleições controladas pelo judiciário, que escolhe a dedo quem será o novo presidente que seguirá as reformas de Temer.
Estiveram presentes no debate da Band Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Álvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota) e Guilherme Boulos (PSOL). Vera Lúcia do PSTU não esteve no debate, pela escolha antidemocrática da TV Band.
Termina o debate como se fosse uma eleição normal. Não é. É a eleição do golpe institucional, controlada pelo judiciário. Basta! Pelo direito do povo decidir em quem votar #DebateBand
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 10 de agosto de 2018
A palavra "golpe" apareceu pela primeira vez após duas horas de debate, na boca de Ciro Gomes. Foi mencionada rapidamente apenas mais uma vez, na fala de fechamento de Guilherme Boulos.
Quem Alckmin pensa que é para falar sobre os sindicatos? Demitiu ilegalmente metroviários, sindicalistas, cortou salário de grevistas, é um capanga dos patrões #DebateBand
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) 10 de agosto de 2018
Enquanto mantém Lula preso e fora dos debates, Meirelles e Alckmin tentam ridiculamente disputar que é "mais a favor" do bolsa família, uma das poucas concessões que o PT deu aos mais pobres enquanto enchia os bolsos dos capitalistas #DebateBand
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) 10 de agosto de 2018
Depois de se declarar amigo do Alckmin, agora Ciro tece elogios a Marina Silva. Sem falar na Katia Abreu de vice. Quer ser amigo de toda a direita brasileira. #DebateBand
— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) 10 de agosto de 2018
A direita (Alckmin, que leva consigo o reacionário "Centrão", além de Álvaro Dias e Marina Silva, para não falar em Henrique Meirelles) e a extrema direita - que contou não apenas com Bolsonaro, mas com as frases estapafúrdias do Cabo Daciolo - esbanjou obscurantismo, com inúmeras menções à Igreja, à Deus, às Forças Armadas, ao anticomunismo e ao projeto mordaça Escola sem Partido. São representantes do golpe institucional, e dos poderes sem voto - Igreja, Judiciário, Forças Armadas - que estão definindo autoritariamente quem pode ser votado. Como não poderia deixar de ser, foram os porta-vozes da negativa ao direito das mulheres à legalização do aborto, militando junto à Igreja para que as mulheres sigam morrendo por abortos clandestinos.
Esse debate é mais um episódio do autoritarismo judiciário. Impedem a participação de Lula que é candidato do PT. Querem decidir quem podemos ouvir. Querem impedir o direito do povo decidir em quem votar. Tudo isso pra fazer ataques maiores do que o PT fez. #DebateBand
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 10 de agosto de 2018
Estão usando a questão da mulher pra fazer demagogia. Mas o movimento internacional de mulheres têm uma força imparável e vai passar por cima destes políticos da ordem, das burocracias e de todos que querem nos controlar. Contra o patriarcado e o capitalismo #DebateBand
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 10 de agosto de 2018
É preciso falar da legalização do aborto com todas as letras! A descriminalização não garante o atendimento gratuito! #DebateBand
— Maíra Machado (@MairaMRT) 10 de agosto de 2018
O pagamento da dívida pública, uma dívida ilegal, ilegítima e fraudulenta que representa um verdadeiro saque permanente das riquezas nacionais e um elo de submissão ao capital estrangeiro, também foi mote dos candidatos presidenciais, desde aqueles que querem "privatizar tudo" para pagar a dívida (Bolsonaro), até aqueles que, como o Cabo Daciolo, defendem a auditoria da dívida, para seguir pagando sua porção "legal".
Pelo não pagamento da dívida pública #DebateBand pic.twitter.com/a0u970scSH
— Diana Assunção (@DianaAssuncaoED) 10 de agosto de 2018
As eleições deste ano seguem marcadas pela continuidade do golpe institucional que teve início em 2016. A Lava Jato e o judiciário mostram cada vez mais que nunca se tratou de um combate à corrupção, mas sim de um plano econômico e político para roubar mais o país e subjugar a população de forma muito mais violenta do que o próprio PT já fazia. E para isso é preciso escolher a dedo o próximo presidente da república, fortalecendo Alckmin (PSDB) como o favorito do mercado.
A prisão arbitrária de Lula foi esquecida. Lava jato, STF e os golpistas agradecem. Não existe projeto de esquerda hoje com independência do PT por fora da denúncia profunda dessas eleições extremamente antidemocráticas e pelo o direito do povo votar em quem quiser #DebateBand
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) 10 de agosto de 2018
Sobre isso Marcello Pablito, que é pré-candidato do MRT a deputado estadual em SP e trabalhador do restaurante universitário da USP, afirmou: "Nossa participação nessas eleições vai ser também para denunciar o caráter cada vez mais antidemocrático deste regime que os golpistas querem impor ao país. Por isso nós lutamos contra a prisão de Lula e para que o povo decida em quem votar, sem o veto do judiciário que não foi eleito por ninguém."
"Mas damos essa batalha com total independência do PT, que mesmo dirigindo as principais centrais sindicais e entidades estudantis do país junto com o PCdoB, aceitou o golpe sem nunca organizar uma resistência séria com a luta de classes, apostando, ao contrário, em mais conciliação para se fortalecer eleitoralmente e tentar voltar a governar para os capitalistas em um regime cada vez mais reacionário e com um ’mercado’ que pede cada vez mais ataques e privatizações."