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CAIXA CONTINUA LUCRANDO NA CRISE | De janeiro a setembro, a CAIXA alcançou lucro líquido de R$ 6,5 bilhões

Em anuncio nesta sexta-feira, 20, a Caixa Econômica Federal divulgou dados financeiros da instituição até o terceiro trimestre. De janeiro a setembro, a CAIXA alcançou lucro líquido de R$ 6,5 bilhões, crescimento de 23,3% em 12 meses. O lucro no trimestre foi de R$ 3,0 bilhões, 60,0% superior em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e 57,0% sobre o segundo trimestre de 2015.

sábado 21 de novembro de 2015 | 00:00

Ainda segundo informações do banco, a rede da CAIXA possui 64,7 mil pontos de atendimento. São 4,2 mil agências e postos de atendimento, 28,9 mil correspondentes CAIXA Aqui e lotéricos, e 31,6 mil máquinas em postos e salas de autoatendimento, além de 2 agências-barco e 18 caminhões-agência. A Instituição conta atualmente com 97,7 mil empregados concursados.

O que sequer aparece no comunicado à imprensa são as maneiras através das quais a Caixa segue aumentando seu lucro mesmo na crise.

Olhando para os números podemos perceber que a terceirização, através dos correspondentes bancários e lotéricos, que representam quase 7 vezes mais o número de agências, é um dos mecanismos que a Caixa encontrou para explorar estas trabalhadoras (já que em sua grande maioria são mulheres) que executam o mesmo trabalho de um bancário mas acabam ganhando um terço do salário de um bancário efetivo, sem os mesmos benefícios. Isso sem falar no risco de assaltos que correm já que não possuem uma estrutura adequada para sua segurança.

Também não podemos deixar de falar das trabalhadoras e trabalhadores da limpeza, telefonia, recepção e vigilância que são essenciais para o funcionamento das agências e que fazem parte deste mesmo mecanismo de exploração e precarização.

Além disso, a Caixa tem aberto novas agências com 5, 6, 7 bancários números absurdos frente a enorme demanda de trabalho. Sem contar que depois do último plano de demissões, o número de bancários foi reduzido em aproximadamente 2 mil sem novas contratações e diversas agências perderam vagas. A população é a principal prejudicada já que a demanda de trabalho aumenta e o número de trabalhadores é insuficiente para um bom atendimento.

E aqui a Caixa mostra o “papel social” de que tanto se orgulha: quem mais sofre com isso são justamente os trabalhadores que precisam receber seu FGTS, PIS, Seguro Desemprego e que são barrados na porta das agências e orientados a ir para as lotéricas enquanto o banco foca nos clientes de “alta renda” e que podem trazer mais lucro para o banco.

Uma outra realidade dos bancários é a constante pressão pelas metas estipuladas pelo banco, o mecanismo pelo qual a Caixa assedia os bancários para conseguir ampliar seu lucro e tem aprofundado através do que chamam de GDP (gestão de desempenho individual) um instrumento de avaliação de “desempenho” que força os gerentes a estarem em constante preocupação para que se alcance o número de seguros vendidos, de capitalizações, crédito realizado, de captação de recursos.

Ainda mais: Esse ano a Caixa puniu os bancários que paralisaram suas agências contra a terceirização numa clara posição de perseguir os trabalhadores que se organizam para lutar, mas graças a força da greve deste ano esse ataque foi revertido.

Fica mais do que claro que a Caixa segue a mesma política do governo Dilma e do PT de fazer com os trabalhadores paguem pela crise enquanto os banqueiros e empresários seguem aumentando seus lucros. Cabe aos bancários a tarefa de se organizar em cada agência e local de trabalho para que possa surgir uma alternativa independente do governo e dos banqueiros que retome o sindicato para nossas mãos e faça com que nossa categoria, assim como vem fazendo os estudantes secundaristas em São Paulo, fortaleça a luta contra os ajustes.




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