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REFORMA TRABALHISTA | Dados do IBGE apontam que trabalho informal e mal pago é tendência após Reforma Trabalhista

O cenário que – entre 2014 e 2017 – era de uma perda de aproximadamente 3 milhões de trabalhadores devido à crise criada pelos capitalista, tende a aumentar ainda mais num contexto de desemprego e precarização aprofundado no governo golpista de Temer.

Douglas SilvaProfessor de Sociologia

terça-feira 27 de fevereiro de 2018 | Edição do dia

(Foto: Claudio Vitor Vaz)

A crise – criada pelos capitalistas – que, no Brasil, se aprofundou nos últimos tempos, desconta na conta dos trabalhadores todos os ataques que vieram com mais força nos últimos tempos com o golpe institucional em 2016 e a agenda golpista de um governo que se desdobrou para comprar votos no Congresso e repressão para aprovar todos os ataques contra a juventude e o conjunto dos trabalhadores. A PEC 55 do teto dos gastos e a Reforma Trabalhista são só alguns dos ataques que são responsáveis pela situação de precarização do trabalho nos dias atuais.

A juventude que, num cenário de recessão, viu o futuro se desfazer diante de seus olhos, é um dos setores que mais sofrem com os primeiros resultados do golpe e seus ataques. Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea), em setembro de 2017, os jovens são as maiores vítimas da recessão.

O cenário que – entre 2014 e 2017 – era de uma perda de aproximadamente 3 milhões de trabalhadores devido à crise criada pelos capitalista, tende a aumentar ainda mais num contexto de desemprego e precarização aprofundado no governo golpista de Temer.

Segundo o IBGE, em um ano, o número de empregados sem carteira assinada cresceu 5,7%, enquanto os trabalhadores formais caiu aproximadamente 2%.

Com a Reforma Trabalhista e demais ataques a precarização aumenta ainda mais nos setores mais vulneráveis, como os jovens, as mulheres e os negros. No último trimestre de 2017 o menor rendimento médio mensal no país foi das empregadas domésticas, majoritariamente mulheres e na maioria mulheres negras, com salários de aproximadamente R$ 852, inferior ao salário mínimo em vigor no ano.

Os trabalhadores sem carteira assinada seguem ganhando 44% menos que os trabalhadores formais, sem falar da falta de direitos trabalhistas. Cenário que se aprofunda com a Reforma Trabalhista. E para o próprio coordenador do IBGE em entrevista ao G1 em janeiro de 2018, “não há qualquer indício de recuperação dos empregos com carteira assinada”.

O que Temer vem fazendo até agora é favorecer ainda mais os capitalistas enquanto rasgava a CLT com a aprovação da Reforma Trabalhista e possibilitava mais formas de trabalho precários, intermitentes e informais, com menores salários e condições de exploração cada vez maiores.

São contra estes ataques que deve se colocar toda força e luta dos trabalhadores. Em especial nos atos do próximo 8 de março em que as centrais sindicais também participam das reuniões de preparação e pouco falam sobre essas lutas contra os ataques do governo golpista e suas reformas. Precisamos unir as forças para derrotar os governos e seus ataques, e essa unidade não se dá só nos atos, mas na construção das greves pela base, fazendo assembleias e levantando um plano de luta comum que inclua a luta pela revogação da reforma trabalhista, que atinge em especial as mulheres, a luta pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito, a educação sexual nas escolas e pelo fim da violência a mulher.




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