Recebemos essa denúncia anônima sobre casos de racismo na PUC Coração Eucarístico, em Belo Horizonte. O Esquerda Diário repudia esse ato e todo tipo de violência e opressão reproduzidos também nos "trotes" nas recepções de calouros.
quarta-feira 8 de fevereiro de 2017 | Edição do dia
"Qual é a semelhança entre uma mulher negra grávida e um homem com o pneu furado? Ambos esperam por um macaco."
Essa é uma das frases estampadas nas paredes da PUC Coréu, assim como "Bolsonaro presidente!".
Não é a primeira vez. Quando começamos com a ocupação tinha de tudo escrito. Coisas do tipo "fora cotistas". Umas coisas assim. Tem muitos e muitos casos de machismo lá também. Durante as ocupações os agressores passavam e nos chamavam de vagabundos, maconheiros, diziam que a gente não gostava de trabalhar.
Ao desabafar em um grupo, recebi essa mensagem de apoio e gostaria de reproduzir aqui:
Entrei na PUC em 2008 para o curso de psicologia. Minha recepção não foi diferente. Me lembro de um dia ter ido ao banheiro e estava lá na parede "fora macacos cotistas". E muitas outras coisas eu vi ao longo da graduação. Mas essa é apenas mais uma forma do racismo que encontrei por lá. Durante todos os anos de graduação nunca ouvi falar em nenhum teórico negro. Tive apenas um professor negro e via meus colegas do ProUni sendo chamados de bolsistas (para diferenciarem daqueles que pagavam).
O que quero dizer com isso é que as universidades ainda são lugares nocivos para nós, pessoas negras. A gente fica abalado sim, impossível não ficar. Mas se posso dar uma dica, seria: não fique por muito tempo e não espere que ninguém seja responsabilizado por ofensas assim. Levanta esse nariz nas nuvens e faça o seu melhor, por você mesma. No mais, quilombo não espera, quilombo reage e toma! Ocupa, porque é tudo nosso!
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