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29M na UnB | DCE da UnB: precisamos de uma assembleia geral pela base para lutar contra os cortes!

As universidades federais estão correndo um sério risco de fechamento com o corte bilionário de Bolsonaro e Congresso através da Lei Orçamentária Anual. A UNE está convocando atos nacionalmente para o dia 29 de maio, porém é necessário que esses atos sejam construídos amplamente pelo conjunto dos estudantes, com assembleias gerais com voz e voto por todo o país. O DCE da UnB precisa organizar e mobilizar os estudantes rumo ao dia 29 de maio contra os cortes, contra Bolsonaro, Mourão e o conjunto dos ataques desse regime golpista inimigo da juventude e dos trabalhadores.

Rosa Linh Estudante de Ciências Sociais na UnB

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

quinta-feira 20 de maio de 2021 | Edição do dia

Estamos no final de mais um semestre massacrante na UnB de um Ensino Remoto excludente, ultra-produtivista e exaustivo. A evasão de alunos aumentou, estudantes estavam recebendo marmitas com larvas e insetos na CEU e cerca de 3 mil estudantes tiveram que passar por semanas de um verdadeiro medo com a ameaça do não pagamento do auxílio alimentação. Mesmo assim, agora querem cortar ainda mais verbas das universidades federais. Dentre as universidades atacadas, a “universidade da balbúrdia", como os golpistas gostam de chamar a UnB, não ficará de fora dos ataques.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano sancionada por Bolsonaro e aprovada pela Câmara e pelo Senado corta R$1,1 bilhões do orçamento anual das universidades. A UFRJ, UFBA e UFG já anunciaram que não têm orçamento para até o mês de setembro, a UFF só tem até julho. A LOA deste ano reduziu o orçamento destinado à UnB de R$ 147,4 milhões em 2020 para R$ 135,8 milhões em 2021, com cortes em 100% dos recursos para investimentos, avançando para um maior sucateamento da produção científica, e diminuiu em 4,6% os recursos na fonte do Tesouro para o pagamento de despesas discricionárias. Isso significa uma séria ameaça de cortes na assistência estudantil, afetando ainda mais as negras, negros e LGBTs; cortes de bolsas de pesquisa e extensão e ameaça ao emprego, salário e direitos trabalhistas dos terceirizados - de fato quem pagará mais caro por esses ataques são os setores mais precarizados da universidade.

Leia mais: Cortes da LOA de Bolsonaro, centrão e golpistas ameaça assistência e pesquisa na UnB

Na última sexta-feira, 14, mais de 400 estudantes se manifestaram contra os cortes na UFRJ. Agora a UNE está chamando um dia de luta contra os cortes para 29 de maio. Precisamos fortalecer desde já a mobilização com todos os estudantes! Por isso, fazemos um chamado à atual gestão do DCE da UnB, composta pelo PT, PCdoB, Levante, PCB e PSOL, para que cumpram com a sua responsabilidade dentro da entidade em que foram votados, convocando uma assembleia geral com direito a voz e voto , mobilizando e organizando por cada sala de aula os estudantes, para que nós participemos ativamente e possamos decidir sobre a organização e construção do ato nacional convocado para o dia 29.

A UNE, dirigida majoritariamente pelo PT, PCdoB e Levante Popular, vem atuando na contramão da organização dos estudantes pela base, estando no imobilismo desde antes do início da pandemia, esperando as eleições de 2022. Mas os ataques, os cortes, as mortes não vão parar e temos de dar uma resposta hoje!

É fundamental, portanto, que a Oposição de Esquerda da UNE, composta pelo PCB, PSOL e UP se mobilize. Esses partidos estão chamando atos em DCEs que dirigem, como na UFF e UFG, mas infelizmente na UnB preferem compor o DCE com a majoritária da UNE e se colocar à reboque de sua paralisia. A atual gestão do DCE da UnB não chama uma assembleia há mais de um ano, mas esse é o momento para mudar isso!

Leia mais: Por assembleias com voz e voto para organizar os estudantes das federais contra os cortes!

Uma assembleia como essa é fundamental, visto que a UnB vem sendo um palco de ataques há anos, desde o governo do PT, como os cortes de R$13 bilhões feitos por Dilma Rousseff, a Lei do Teto de Gastos de Temer e agora com Bolsonaro. Todos esses ataques e ajustes foram aplicados pelas Reitorias anteriores e a atual de Márcia Abrahão, que é uma exemplar aplicadora dos ataques desse regime, tais como: demissão de mais de 500 terceirizados em 2018; a aplicação do ensino remoto excludente sem nenhum diálogo com a comunidade acadêmica; a tentativa de aumentar a escala de trabalho dos vigilantes terceirizados, mesmo sem nenhuma condição de higiene, testes ou vacinas e mais de 3 mortos; ou mesmo chegando ao ponto de assinar projetos com empresas privadas do Estado ilegítimo e racista de Israel.

Esse é o projeto de universidade do regime do golpe institucional: mais sucateamento e precarização. Bolsonaro-Mourão com seu projeto negacionista cortam dos hospitais universitários, que vêm sendo fundamentais no combate à pandemia e nas pesquisas em desenvolvimento para vacinas brasileiras contra a Covid; os golpistas do judiciário, com o STF, aprova a Lei do Teto de Gastos, as reformas da previdência e trabalhista que obrigarão a juventude trabalhar até morrer; e governadores, como Ibaneis, fazendo de tudo, sempre, para descarregar a crise nas costas da juventude, dos trabalhadores e do povo pobre.

Por isso, nós da Faísca acreditamos que é preciso retomar o caminho das mobilizações, como a ocupação da reitoria e o repúdio à demissão em massa das terceirizadas em 2018 na UnB; a força do Tsunami da Educação em 2019 - sendo que já despontaram vários focos de resistência na semana passada no Brasil por justiça para a chacina em Jacarezinho, RJ, pelas balas da polícia racista. Os exemplos internacionais reafirmam essa necessidade de luta: a juventude negra do Black Lives Matter; a rebelião na Colômbia combatendo o racismo policial e a gestão catastrófica do direitista Ívan Duque; a resistência do povo palestino contra o imperialismo ianque que mobiliza jovens mundo a fora - só a mobilização e organização dos estudantes pode barrar os cortes, na luta!

Nossa luta é agora! Apenas com a nossa luta, estudantes aliados aos trabalhadores, levantando uma alternativa independente a todas as alas deste regime podem fazer Bolsonaro e os golpistas recuarem. Só com a força organizada, unificando nossas bandeiras com os trabalhadores, é que podemos batalhar para tirar Bolsonaro do poder, um exemplo disso é a força da greve dos metroviários de São Paulo contra Dória na quarta, 19. Mas não podemos confiar no impeachment, que colocaria o saudoso da ditadura Mourão no poder, ou ter ilusões na espera passiva das eleições de 2022. Por isso, defendemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela força da mobilização, dos trabalhadores, estudantes e todos os oprimidos para revogar cada reforma, cada ataque, como a EC 95 (teto dos gastos) e os cortes - nos enfrentando com os capitalistas e seus lucros, e que para termos uma educação pública, gratuita, universal e de qualidade de verdade, é preciso avançar para um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo!

Abaixo os cortes! Fora Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas! Que os capitalistas paguem pela crise, não a educação!

Participe da plenária nacional aberta da Faísca e do Pão e Rosas neste domingo, 23/05, às 16h, inscrições neste link.


Quer conhecer a Faísca, juventude marxista e revolucionária, aqui na UnB? Mande uma mensagem para (61)99903-2711 - Luiza




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