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RIO GRANDE DO NORTE | Crescem os casos de queimadura por uso de etanol na cozinha fruto do aumento do custo de vida

Para alguns trabalhadores do Rio Grande do Norte, a saída tem sido o uso de álcool vendido nos postos de gasolina como substituto ao gás de cozinha, que tem provocado sérios acidentes e queimaduras.

segunda-feira 24 de junho de 2019 | Edição do dia

Segundo números da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço do gás de cozinha passou de R$ 55,85 em 2016 para uma média de R$ 69 reais nos dias de hoje. É um dos itens que mais elevou o seu custo nos últimos anos, que vem acompanhando a deterioração das condições de vida dos trabalhadores, vítimas da reforma trabalhista, do rebaixamento de salários e do desemprego.

Para alguns trabalhadores do Rio Grande do Norte, a saída tem sido o uso de álcool vendido nos postos de gasolina como substituto ao gás de cozinha, que tem provocado sérios acidentes e queimaduras. Um retrato do custo pago pelos trabalhadores com a crise capitalista. No estado foram R$15,00 de aumento do preço do gás entre 2017 e 2019, acelerou junto às especulações privatistas em torno da Petrobrás, sobretudo no governo Bolsonaro, interessado em atrair os olhos dos monopólios internacionais de petróleo, especialmente os norte-americanaos.

Um cenário que contrasta com a situação do único hospital público que tem um Centro de Tratamento de Queimados no estado, o Hospital Walfredo Gurgel, que fica na capital potiguar, Natal. Um hospital que funciona com meses de atraso de salários e direitos dos trabalhadores da saúde, pacientes nos corredores, danos na estrutura e falta de insumos.

Por isso também esses trabalhadores saúde deliberaram umaparalisação para o próximo dia 03 de julho, exigindo reajuste salarial que há 10 anos não recebem, exigindo pagamento dos salários atrasados, adicional de insalubridade e contra o desmonte do SUS.

A crise capitalista aumenta a incidência de enfermidades aos trabalhadores como vemos com este simples fato, sem contar os acidentes de trabalho fruto da precarização crescente após a reforma trabalhista, que longe de devolver emprego, aumentou a exploração e à necessidade do trabalhador de um atendimento de saúde pública. A saúde, por sua vez, é cada vez mais sucateada por propostas como o congelamento de gastos, as filas crescem e o adoecimento da classe trabalhadora se faz crônico, no mesmo passo das crises capitalistas.

Bolsonaro, o Congresso, Moro e o STF, seguem à risca os planos capitalistas de “enfrentar” a crise: apesar das divergências, trabalham juntos pela aprovação da Reforma da Previdência, ou seja, que o dinheiro da nossa aposentadoria vai ser sugado para pagar uma dívida com grandes bancos e especuladores. Uma dívida que a cada ano aumenta o roubo do orçamento público, é literalmente impagável, por mais que os governos, sobretudo os do PT, se esforçassem em encher os bolsos dos magnatas imperialistas que controlam essa dívida, portanto controlam o orçamento do nosso país.

Por sua vez, a petista Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, assumiu todos os compromissos com os empresários com quem o estado possui dívidas. Segue enrolando os funcionários da saúde com o não pagamento de seus salários atrasados, enquanto atua ativamente junto aos governadores de outros estados, inclusive o reacionários João Doria (PSDB-SP) e para que a Reforma da Previdência proposta pelo Congresso, tão nefasta quanto a de Bolsonaro, não só seja aprovada, como inclua os estados na conta. Ou seja, está trabalhando ativamente para que este enorme ataque aos trabalhadores se efetive, honrando o compromisso com a Lei de Responsabilidade Fiscal e prometendo acatar as medidas de ajustes de Paulo Guedes para receber auxílio fiscal ao estado.

Desde o Esquerda Diário Nordeste batalhamos pelo Não Pagamento da Dívida Pública, pois basta que sejam os trabalhadores, sobretudo os mais precários, que sigam pagando com seu custo de vida, com a sua saúde e sua dignidade, os custos intragáveis dessa crise capitalista. Além disso, defendemos que sejam os próprios trabalhadores a controlarem a produção e a distribuição de itens tão vitais para as suas famílias, como é o gás de cozinha, estatizando a Petrobrás e das distribuidoras sobre seu controle e gestão, de modo que sejam os interesses das famílias colocados a frente do lucro privado de empresários e burocratas corruptos, sobretudo dos magnatas imperialistas para quem Moro e Bolsonaro trabalham pela aplicação de duros ajustes neoliberais contra os trabalhadores.




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