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SÃO PAULO | Covas quer demitir centenas de trabalhadoras terceirizadas em SP, lutemos contra mais esse ataque!

sexta-feira 8 de novembro de 2019 | Edição do dia

Mais um ataque à nossa classe. O avanço da precarização do trabalho nas escolas e equipamentos municipais de São Paulo está cada vez mais profundo, com a ampliação da terceirização nos últimos anos, imposta pela Prefeitura como única forma de atendimento dos serviços de limpeza, alimentação e segurança das unidades escolares. Todavia, o que se vê na prática é superexploração desta força de trabalho, que é de uma maioria de negros e mulheres, obrigando os funcionários a mudanças constantes dos seus postos, além de impor à essas e esses trabalhadores uma situação de insegurança cotidiana de permanecer empregado ou ser dispensado sem ter nenhum vínculo ou garantia de direito trabalhista assegurado.

Nesse contexto já bastante crítico, estamos agora diante de um novo ataque imposto pela Secretaria Municipal da Educação e pela Prefeitura de São Paulo aos terceirizados: uma drástica redução do quadro de funcionários nas escolas. Dando apenas um exemplo, a EMEF Eliane Benute Lessa Ayres Gonçalves tem atualmente 8 funcionárias encarregadas da limpeza do prédio. Entretanto, até segunda-feira 11/11/2019, cinco mulheres serão demitidas, precarizando ainda mais a vida dessas mulheres e de suas famílias atingidas, principalmente com a proximidade das festividades do Natal e do Ano Novo e engrossando a fila dos desempregados que em nosso país já ultrapassa treze milhões de pessoas.

Essa medida, que se dá com uma troca da empresa que presta os serviços terceirizados, por uma que explora ainda mais a mão de obra das trabalhadores contratados e oferece o “mesmo serviço” com um quadro praticamente 60% reduzido, como está se desenhando na maioria das escolas, além de afetar diretamente a qualidade de vida dessas mulheres, a diminuição do quadro de funcionários da limpeza impacta diretamente o funcionamento das escolas, e é continuidade dos ataques à educação. As condições de trabalho para as mulheres que permanecerão contratadas serão cada vez mais precárias com o aumento exponencial imposto a elas para a limpeza e a organização da unidade para a entrada e permanência de dezenas de professores e demais funcionários (gestores, apoio, ATE) e em escolas que chegam a ter mais de mil alunos.

A terceirização, essa forma de aprofundamento da exploração do trabalho, também divide as categorias dos funcionários que trabalham na educação e no município, afastando assim a luta dos efetivos e dos não efetivos por direitos e condições de trabalho historicamente conquistados. Há algo muito podre nesta gestão e isso se expressa em medidas como essas, urgentemente precisamos combater esse golpe que favorece apenas os donos de empresas de terceirização que exploram mães e pais de família que lutam para sobreviver com um salário indigno, corroborando ainda mais com a exclusão destes no cruel sistema capitalista, o qual devemos exterminar para um futuro de igualdade de direitos a todos.

Nós do Movimento Nossa Classe Educação achamos que essa é uma luta do conjunto da população usuária das escolas e dos serviços públicos, além de uma luta dos professores e servidores efetivos da Prefeitura de São Paulo e que deve ser encampada também pelos sindicatos dos servidores, principalmente o SINPEEM e o SINDSEP, os maiores do funcionalismo e que até agora pouco se pronunciaram sobre esse absurdo.

Somente nossa unidade em defesa das trabalhadoras terceirizadas pode nos fortalecer para enfrentar os ataques à educação pública e os demais ataques desferidos contra o conjunto da nossa classe - a quem querem fazer pagar pelas contas da crise capitalista. Por isso, defendemos a incorporação imediata dessas trabalhadoras ao quadro de efetivos da prefeitura sem a necessidade de concurso público, ao invés de sua demissão como quer fazer Bruno Covas, afinal a sua capacidade de realizar esse trabalho se prova no dia a dia em que essas milhares de mulheres deixam muito de sua vida para fazer nossas escolas funcionarem por um salário miserável e quase sem nenhum direito. E chamamos todos ao ato que vem sendo convocado para a próxima segunda-feira, dia 11/11 às 13h na Prefeitura de São Paulo.




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