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UFABC | Cotas trans é debatida na abertura da II Semana do Orgulho LGBT na UFABC

Nesta segunda-feira (25), começou a II Semana do Orgulho LGBT na UFABC com a mesa "Porque as vidas trans importam? O que está por trás da luta pelas cotas trans nas universidades?". A mesa deu abertura a uma semana cheia de atividades culturais, artísticas e rodas de conversa que ocorre em comemoração ao 49º aniversário de StoneWall neste 28 de Junho.

terça-feira 26 de junho de 2018 | Edição do dia

A abertura do evento começou com a perfomance "Monologo Efeito Borboleta" de Letícia Souza e Silva retratando a realidade de 90% da população trans feminina de expulsão familiar, vulnerabilidade social e prostituição compulsória. De forma sensível e emocionante a artista e também representante da ONG Atravessa, comoveu os estudantes sobre a vida da população transgênera.

A mesa foi composta por Leticia Souza e Silva. Virgínia Guitzel, travesti, militante da Faísca - Anticapitalista e Revolucionária e colunista do Esquerda Diário que participa do curso de extensão "Movimentos Sociais: práticas e teorias contemporâneas" e frequenta a graduação de BCH como aluna ouvinte. Leo Barbosa, homem trans e membro do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT). Renan Okê não-binário, estudante da Escola Livre de Teatro (ELT) e Myrella Allegreti Veloso, não-binário e estudante da UFABC .

Leona Wolf, trans negra e membra do Coletivo LGBT Prisma - Dandara dos Santos fez a mediação do debate, trazendo muitos dados sobre a população trans e o projeto de Cotas Trans que foi debatido na Comissão de Políticas Afirmativas, da qual ela foi responsável pela elaboração.

Renan Okê contextualizou a realidade dentro da Escola Livre de Teatro (ELT) onde saíram muitas artistas trans como Linn da Quebrada e Liniker, mas que ao longo do seu processo de estudo, ambas não haviam declarado-se pessoas transgêneras e que isso abre um questionamento sobre "que liberdade" há dentro da ELT e o questionamento sobre o acesso das pessoas trans. Contou sobre o projeto Fruta Cor que impulsionou e a luta para garantir cotas para população trans adentrar também a este espaço.

Myrella Allegreti Veloso relatou sua vivência como pessoa não binária, as dificuldades de adequação e o sentimento de não pertencimento nos espaços, em especial a universidade. Como contou ao Esquerda Diário: "Tudo começou quando eu tinha 9 anos e estava estudando em uma escola elitizada no ABC. Primeiro desconfiei que tinha algo errado comigo por eu gostar de pessoas do gênero "feminino" então me identifiquei como Lésbica mas depois de um tempo notei que além disso eu não me enquadrava nos padrões de gênero impostos a mim por eu ter nascido com uma vagina. Fui pesquisar e conhecer o mundo LGBT e achei que era um homem trans, apesar de não me indentificar com o gênero masculino também. No decorrer desse tempo passei por muitas situações de preconceito, humilhação, agressões físicas e verbais. Tive que aprender a conviver com muitas confusões internas por não me enquadrar em nenhuma binariedade. Apenas com 18 anos e após a vivência com o Coletivo Prisma LGBT - Dandara dos Santos da Universidade Federal do ABC me descobri como não-binário e pude me encontrar em meio a tantos padrões e rótulos diversos."

Virgínia Guitzel publicou na sua página oficial um trecho da sua fala, onde trouxe uma denúncia anticapitalista, trazendo o questionando da sociedade de classe para a universidade de classe, questionando o filtro do vestibular e a necessidade do movimento estudantil de levantar um programa que defenda a educação à serviço da classe trabalhadora e o não pagamento da dívida pública. Veja abaixo:

Leo Barbosa organizou sua intervenção desde o ponto de vista legal das políticas públicas, suas dificuldades de implementação e as batalhas jurídicas para direitos elementares para a população trans.

Assista a Live completa abaixo:

Hoje (26/06) foi divulgado o despacho do processo nº 23038.007629/2018-96 onde apresenta-se um formulário de manutenção de dados pessoais contendo a opção de "nome social", o que facilitará para estudantes trans o acesso a este direito elementar para conseguir manter-se na universidade.

Acompanhe toda a Programação da II Semana de Orgulho LGBT aqui.




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