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Costa Rica: 17% dos casos de COVID-19 são trabalhadores da saúde pública

Calcula-se que do total de coronavírus a nível mundial, 6% corresponde a trabalhadores de saúde pública, o que equivale a 200.000 pessoas. Na Costa Rica a cifra se aproxima de 17% do total de casos.

segunda-feira 18 de maio de 2020 | Edição do dia

No dia 14 de maio, o Dr. Mario Ruiz Cubillo declarou ao jornal costarriquenho CR Hoy que são 140 funcionários/as do sistema de saúde público que foram contagiados com coronavírus, o que equivale a aproximadamente 17% do total dos casos no país. Apesar de que midiaticamente o mesmo governo realizou uma campanha de glorificação dos e das trabalhadoras na primeira linha contra o coronavírus, é claro que neste momento o que menos faz falta são aplausos, mas sim a melhora imediata das condições de trabalho.

Os e as trabalhadoras da saúde ao redor do mundo se encontram na linha de frente da pandemia, porém, saíram na defesa não só das suas próprias condições de trabalho, mas em geral da centralização e estatização de todos os centros de saúde, administrado por seus trabalhadores e trabalhadoras.

É isso, por exemplo, o que diz Tre Know, trabalhadora do hospital Mount Sinai de Nova York:

“A única forma de superar esta irracionalidade é nacionalizar todo o sistema de saúde sob controle dos trabalhadores e membros da comunidade. Os trabalhadores, desde médicos e enfermeiras até técnicos e pessoal de apoio, são os que administram os hospitais todos os dias. Somos os que temos mais conhecimentos sobre o tratamento e o atendimento de nossos pacientes. As corporações parasitas da área da saúde e seus executivos não tem nada que oferecer à sociedade”.

A enfermeira Ter Know, com um cartaz que diz: “Nós vamos combater racismo com solidariedade, capitalismo com socialismo” – Fred Hampton. Trabalhadores da saúde em solidariedade contra o racismo da NYPD (polícia de Nova Yorque).

Na Costa Rica, enquanto dezenas de milhares de trabalhadoras e trabalhadores do sistema de saúde em enfermagem, medicina, cargos administrativos, limpeza, transporte, almoxarifado, etc., arriscam suas vidas diariamente, os tubarões da saúde junto ao governo se aproveitam da crise para desmontar a Caixa de Saúde da Costarriquense de Seguro Social e forçar a abertura à privatização dos serviços básicos de saúde. A situação de crise a nível mundial constatou que esta política concretamente é um ataque aos interesses das e dos trabalhadores, não só do sistema de saúde, mas sim como classe. Pois não só precariza o trabalho de quem está na linha de frente, mas que além disso encarece o serviço de saúde pra centenas de milhares de pessoas que hoje em dia enfrentam ao desemprego e a pobreza, produto das decisões que o governo tomou para enfrentar a crise sanitária.

Ao redor do mundo, somos milhares que propomos que diante da crise devemos colocar uma saída própria da classe trabalhadora, para que não sejamos nós a pagar novamente a crise provocada pela insaciável sede de lucro dos capitalistas. Já são 200 mil trabalhadores e trabalhadoras da saúde quem perderam suas vidas por n]ao contar com suficientes medidas de segurança para continuar seu trabalho e salvar a vida de milhões.

Neste sentido, toda indústria, que na Costa Rica por exemplo, produz como produto de exportação principal equipamentos médicos, deve ser nacionalizada e colocada sob controle de seus trabalhadores para que a nenhuma pessoa no sistema de saúde faltem equipamentos de proteção.

Assim também, o sistema de saúde, público e privado deve ser centralizado e colocado sob controle de seus trabalhadores e trabalhadoras, que tem demonstrado sua capacidade de manter o sistema funcionando mesmo na crise sanitária e econômica mais drástica que viveu esta sociedade em décadas.




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