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JOVEM APRENDIZ | Cortes no SENAI: um ataque ao futuro da juventude para empresas lucrarem mais

SENAI forma lobby de empresários para pressionar governo federal a corta verbas para jovens aprendizes. Podendo ocorrer uma redução de até 75% das vagas.

segunda-feira 20 de agosto de 2018 | Edição do dia

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), pressiona em conjunto com empresários da indústria, para que o governo diminua verbas dos programas de jovens aprendizes, programas estes, que além de incentivar jovens a estudarem e se profissionalizar em trabalhos, principalmente nas indústrias, metalúrgicas, têxteis e em de todo ramo industrial, que atualmente sofre com número alto de desempregados e desinteressados, pois não há interesse dos empresários e governantes investirem no ser humano e sim em tecnologias robóticas, que causam enormes desigualdades e disputas desleais entre os trabalhadores.

E pra piorar o cenário, o Senai faz ponte para o lobby dos empresários com o governo, irônico não? Sim irônico, pois o Senai é hoje no país, o maior formador de jovens aprendizes e que fez um pedido formal ao governo golpista de Temer, pelo corte, que pode chegar na casa de 75%do número de vagas no sistema de aprendizagem e formação em todo país, além de auxiliar no combate à evasão escolar e ao trabalho infantil. Este pedido de cortes, já tem os avais do Ministério do Trabalho, que diz ``cuidar`` deste setor e da Casa Civil, mas as reuniões foram às escondidas e compostas de vários representantes das grandes empresas, juntamente com pessoas ligadas ao Senai, mas nenhum representante de sindicatos, ou representantes trabalhadores na indústria.

Os capitalistas do setor industrial não querem mais gastar em investimentos para contratação de jovens aprendizes, pois parte desses investimentos, passariam por salas de aulas, professores, materiais didáticos, maquinários e ferramentas, mas que ao invés de lucros imediatos através de produção, seriam investimentos em vidas de jovens, que estudando estariam melhorando sua intelectualidade, longe da ociosidade e também da criminalidade, mas os gananciosos capitalistas alegam que é a verba é alta demais e que cada jovem ``custe`` cerca de R$ 1 mil mensais, que deste valor, o vai para os jovens como ajuda de custo, é em torno de R$ 450,00.
Outro pleito é que as empresas possam contratar aprendizes após 30% de realização do curso. Hoje, o contrato é imediato. Isso quer dizer que os jovens podem ter que começar a fazer o estudo sem receber nada. Na prática, vai privilegiar aqueles que não precisam do dinheiro para sobreviver e afastar os mais pobres.

Além dos capitalistas de setor de da indústria, o lobby também tem apoio e forte dos capitalistas de mega confederações nacionais, como dos setores do agronegócio (CNA) e transportes(CNT), e grandes empresas de segurança, transportes e de conservação e limpeza.

O governo golpista de Michel Temer está dando aval devido a grande pressão das empresas para aprovarem o projeto, principalmente os da indústria. O que é contraditório para Paulo Skaf (MDB) e que faz parte do Sesi Senai, e é representante dos interesses dos empresários. Em suas campanhas diz se orgulhar do Senai e da educação de qualidade e bom nível ela dá, o que os empresários estão querendo atacar e retirar.

É um verdadeiro ataque a juventude trabalhadora que sem receber salário do curso, irão abandoná-lo para pode conseguir um emprego integral e muitos não vão conseguir conciliar estudos e trabalhos. Combinando esse ataque com a reforma trabalhista e a terceirização onde os jovens mais pobres vão acabar encontrando emprego em serviços precários com salários de fome. Ataque brutal que os capitalistas pressionam o governo para aplicar para garantir seus lucros. Como fazem com os demais ataques que Temer aprovou e que deixará para o próximo presidente para aplicar, como a reforma da previdência, e garantir o pagamento da dívida pública aos grandes capitalistas nacionais e os imperialistas. Para isso sempre irão fazer com que a classe trabalhadora pague pela crise trabalhando até morrer e sem direitos a uma educação e saúde de qualidade.




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