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Movimento Nossa Classe na Conlutas | Coordenação Nacional da Conlutas aprova moção pelo direito de fala do Pão e Rosas no 8M

A Coordenação Nacional da Conlutas que reuniu delegadas e delegados de todo país nos dias 5 e 6 de março de 2021 aprovou uma moção pelo direito democrático de fala do Grupo de Mulheres Pão e Rosas no ato nacional desse 8M, após veto das organizações que dirigem nacionalmente essas ações - PT, PCdoB e PSOL.

Grazieli RodriguesProfessora da rede municipal de São Paulo

domingo 7 de março de 2021 | Edição do dia

Rumo ao 8 de março - dia internacional de luta das mulheres, a Coordenação Nacional da CSP (Central Sindical e Popular) Conlutas que reuniu dezenas de delegadas e delegados nos dias 5 e 6 de março para debater a situação nacional de nosso país, pautou também um debate fundamental: a luta das mulheres contra Bolsonaro, Mourão e todos os agentes desse regime que hoje se colocam em oposição aos nossos direitos enquanto trabalhadoras, jovens, LGBTs, negras e feministas.

Tendo aprovado, à luz dessa importante discussão, uma moção pelo direito de fala do Grupo Internacional de Mulheres Pão e Rosas no ato virtual nacional do 8M realizado hoje (7/3). Essa reivindicação levada e aprovada este fim de semana tem como contexto uma medida extremamente burocrática deliberada pelas direções majoritárias do movimento PT, PCdoB e algumas correntes do PSOL, que através de seus coletivos de mulheres decidiram pelo veto às organizações que não assinaram por divergência política o manifesto produzido à partir do "consenso" das posições debatidas pelos coletivos presentes na construção do ato.

Leia também a Carta do Pão e Rosas Brasil ao movimento de mulheres.

No entanto, o Pão e Rosas foi parte de todas as reuniões nacionais, tendo debatido e apresentado sua perspectiva de necessidade de organização da luta das mulheres não só contra Bolsonaro, mas também contra Mourão e todas as alas do degradado regime do golpe institucional que também são responsáveis pela crise que é hoje descarregada em nossas costas e especialmente das mulheres trabalhadoras, que condensam em sua carne o peso da opressão e da exploração - processo ainda mais intenso quando pensamos a realidade das mulheres negras de nosso país.

Para além das reuniões nacionais onde defendemos exaustivamente nossa perspectiva, estivemos também presentes na construção das ações do 8M em inúmeros estados e municípios do país, sendo uma organização que há mais de uma década compõem as fileiras de luta das mulheres trabalhadoras e que defende a unidade dos lutadores e lutadoras, mas com uma perspectiva de independência de classe e certamente através dos métodos históricos de luta das mulheres e da classe trabalhadora, como os atos de rua (com segurança sanitária, pensando as especificidades do momento social e político que vivemos).

Os atos de rua, tradicionais no 8M foram vetados, assim como o Pão e Rosas, restando apenas um ato virtual nacional cujo caráter democrático se perdeu diante de métodos de silenciosamente das diferenças, medidas que repudiamos, assim como inúmeras intelectuais feministas e centenas de mulheres de todo país que também se expressaram na plenária nacional do Pão e Rosas onde estiveram presentes mais de 1000 pessoas em 25 estados do país, fazendo um importante debate sobre a necessidade de emergir em nosso tempo um feminismo socialista.

Saiba mais:
Intelectuais se posicionam contra o veto ao Pão e Rosas no 8 de março
Mais de 1000 pessoas participam da Plenária do Pão e Rosas em 25 estados

Nesse sentido, recebemos de maneira bastante fraterna a moção aprovada na Coordenação Nacional da CSP Conlutas, assim como os posicionamentos pelo direito de fala do Pão e Rosas expressos pelo PSTU no Rio Grande do Norte; e de Vera Lucia, figura política nacional do PSTU, expresso através de suas redes sociais.

Leia abaixo a moção aprovada:

"Moção de apoio ao direito democrático de fala do Pão e Rosas no ato nacional unificado do 8M"

Vimos por meio dessa defender que o grupo de mulheres Pão e Rosas possa ter o direito democrático de ter fala no ato unificado do 8 de março sem para isso ter que assinar um documento que não contempla o conjunto das posições das companheiras. Entendemos que a necessidade de se construir um 8M de lutas, contra o machismo e a violência e para derrotar Bolsonaro e seu projeto genocida, exige organizar as mulheres trabalhadoras por meio da mais ampla unidade das organizações e movimentos que as representam, sendo que vetar a fala de um desses movimentos por não ter assinado o manifesto unificado, mesmo as companheiras sendo parte da luta das mulheres, não ajuda na construção dessa unidade.

Veja também o conteúdo da intervenção do Movimento Nossa Classe do MRT durante os dois dias de Coordenação Nacional da CSP Conlutas: Por uma jornada nacional de lutas em apoio a luta dos petroleiros e por um plano de emergência contra a pandemia




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