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CONTRAREFORMA POLÍTICA | Contrareforma de Cunha e as restrições às candidaturas municipais

A campanha oficial teve iniciou segunda (15) com as novas regras impostas pela contrareforma política do golpista Cunha, que prevê uma série de restrições aos candidatos, como espaço na TV, financiamento de campanha e participação nos debates públicos. Essas restrições do regime são ainda mais arbitrárias nas regiões metropolitanas, como Santo André, por exemplo, fazendo com que apenas os partidos ligados aos políticos corruptos, e ao empresariado possam expressar suas ideias.

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

domingo 21 de agosto de 2016 | Edição do dia

A campanha eleitoral começou oficialmente segunda (15), os candidatos saíram com seus números e com suas ideias abertamente, colocando seu plano de governo e propostas para as cidades. Porém, com a contrareforma política do golpista Cunha, as regras para expressão das ideias das candidaturas ficaram ainda mais restritivas, logo as candidaturas menores, e de esquerda que colocam uma perspectiva de enfrentamento a esse sistema de exploração, buscando uma saída independente para a crise orgânica pouco conseguem aparecer, pois não temos direito a falar no rádio, na TV, com financiamento reduzido e sem poder patrocinar publicações no facebook. Uma medida que cala as vozes dissonantes do regime deixando aberto espaço apenas para os políticos da burguesia com seu projeto de espoliação da classe trabalhadora, da juventude, dos negr@s e dos setores LGBT.

Vejam bem, em São Paulo, até a Luiza Erundina, que já foi prefeita da cidade, não terá direito de participar dos debates eleitorais com outros candidatos, ela foi vetada por Marta Suplicy e João Dória, diga-se de passagem, dois candidatos da ordem e em defesa do golpismo, no Rio de Janeiro Marcelo Freixo também foi impedido de participar do debate da Band. Se Erundina é vetada e seu tempo de televisão se resume a 15 segundos, imaginem a dificuldade para nós, candidatos que defendemos o anticapitalismo, e para as candidaturas das regiões metropolitanas que nem mesmo terão debates televisivos, ficando restritos à política das capitais.

Entendemos que nossas candidaturas devem servir para desmascarar a democracia propagada pelo parlamento dos empresários e latifundiários. Nós, que defendemos os trabalhadores e a construção de um governo de fato de nossa classe, temos pouquíssimas vias para expressar nossas ideias, e temos que nos desdobrar para que nossas propostas de enfrentamento com o regime cheguem aos setores de massa e possam influenciar os setores da nossa classe que seguem iludidos pelas falácias dos ricos e poderosos, mas ansiosos por mudanças que possam lhes favorecer.

Eu como professora categoria O precarizada tenho que arcar sozinha com o financiamento da minha campanha, mas Carlos Grana, por exemplo, que será candidato e segue prefeito em Santo André, poderá se “autofinanciar” com seu enorme salário e dos políticos que o cercam. Dizem que esse é o combate à corrupção, mas alguém acredita que os políticos da ordem farão suas campanhas de “forma limpa”?

Faço este protesto contra a contrareforma política de Cunha que fecha o caminho para que as ideias de transformação social possam chegar a setores massivos, e a restrição nos debates televisivos às candidaturas regionais. Quero colocar as demandas dos trabalhadores, das mulheres, da juventude, dos negros e LGBTs à frente e convido a todos que concordam com essas ideias e rechaçam o autoritarismo restritivo dos ricos e poderosos nos ajudem numa campanha militante. Sejamos milhares de vozes anticapitalistas!




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