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SAÚDE | Contra os ataques de Bolsonaro e seus capangas, lutar em defesa dos profissionais da saúde!

segunda-feira 11 de maio de 2020 | Edição do dia

Quando enfermeiros se reuniram em manifestação em Brasília e foram atacados verbal e fisicamente por bolsonaristas, estes rapidamente se uniram para defender a enfermeira contra esses ataques fascistas. Esta foi uma das ações que profissionais da saúde vem tendo e nós nos colocamos em defesa de todas elas.

O governo e seus apoiadores bolsonaristas vêm elevando o tom reacionário em pequenas, mas frequentes, ações e falas, incluindo algumas claramente mais fascistas como frente às enfermeiras em Brasília ou na entrevista em que Regina Duarte ironizou a tortura e as mortes da ditadura militar.

Em contraposição completa a esses setores negacionistas, autoritários e militaristas, os trabalhadores da saúde vem dando diversas batalhas em defesa de condições adequadas para eles enfrentarem à pandemia de covid-19 cujos números, subnotificados pela ausência de testes em massa para a população, entram numa curva assustadoramente exponencial.

Frente a uma crise de tamanhas proporções e que, como sempre colocamos, não se restringe à esfera sanitária, mas também econômica, política e social em geral, temos acompanhado essas ações para contribuir com a organização dos trabalhadores da saúde e de suas lutas, sobretudo no Hospital Universitário da USP, que passa por uma situação dramática .

Como viemos denunciando, o HU da USP, como na maioria dos hospitais das principais cidades afetadas pela pandemia, vem racionando máscaras, não aplica testes em seus funcionários, resiste em afastar trabalhadores com suspeita de coronavírus e os de grupo de risco, o que vem aumentando o número de contaminados, chegando a mais de 40 só neste hospital, conforme denunciado pelo Sintusp, Sindicato dos Trabalhadores da USP.

Professores e intelectuais da USP, Parlamentares do PSOL enviaram mensagens de solidariedade a esses trabalhadores. em apoio a cada um dos atos chamados pelos Sintusp, como forma de tentar atravessar o bloqueio da mídia que até então não visibilizava as ações de trabalhadores que denunciam a gestão da crise por parte de figuras como Dória e o reitor da USP, Vahan Agopyan. O comitê virtual do Esquerda Diário, foi parte em organizar as denúncias dos trabalhadores do hospital para dar maior visibilidade a essa luta.

Partindo de denunciar o absurdo negacionismo de Bolsonaro, esses trabalhadores evidenciam a demagogia dos governadores, exigindo testes, EPIs, redução da extensa carga horária e contratações de profissionais de saúde.

A campanha promovida pelo SINTUSP de um twitaço em apoio ao hospital no último dia 6 de maio, com hashtag #HUdaUSPemLuta atingiu o 7º lugar entre os assuntos mais comentados em São Paulo e 13º lugar no Brasil todo. Com essa luta os trabalhadores do HU da USP conquistaram sua primeira vitória no próprio dia 6, obrigarado o superintendente do hospital a retroceder em sua ação de não disponibilizar máscaras para o setor administrativo, de manutenção e de nutrição.

Recentemente as e os trabalhadores do HU conseguiram a aprovação pelo sindicato da formação de um comitê de trabalhadores eleitos de diversos setores do hospital para combater a pandemia e lidar com a situação calamitosa das condições de trabalho.

Para amanhã, dia 12 de maio, no dia internacional da enfermagem, os trabalhadores organizaram a realização de uma homenagem a todos os trabalhadores da saúde que foram vítimas de Covid-19. No Brasil, essas mortes já ultrapassam as da Espanha e da Itália juntas. A ação também denunciará as condições precárias de trabalho, com falta de EPIs e a não liberação do grupo de risco, além de exigir contratações emergenciais e garantia de direitos iguais para todos os trabalhadores.

Essa homenagem será às 13h15 na entrada do HU, com balões brancos e pretos simbolizando os mortos e com suas faixas remarcando suas demandas. Também farão um minuto de silêncio como símbolo da unidade da nossa classe nessa batalha.

De um lado, temos os bolsonaristas, apoiando cada vez mais no discurso militarista, atacando covardemente os enfermeiros. Do outro, não estão os governadores, o judiciário, o congresso! Estão os próprios trabalhadores da saúde, com seus próprios instrumentos de organização e denúncia, defendendo condições adequadas para trabalhar e salvar vidas, apoiados pelas mais diversas categorias, desde metalúrgicos até professores.

Nós do Esquerda Diário e do MRT estivemos e estaremos lado a lado de cada uma dessas ações dos trabalhadores da saúde, em total solidariedade às famílias que já perderam entes queridos e àquelas que estão vivendo diariamente a angústia de enfrentar desarmadas uma guerra contra um vírus (guerra que mal esconde sua origem capitalista) buscando construir uma mídia militante e promover a organização e a ação dos trabalhadores com total independência de classe.




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