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AJUSTE TUCANO | Conta de luz está ainda mais cara em SP

terça-feira 14 de julho de 2015 | 00:11

Desde o dia 04 de julho, está autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Anaeel) um novo reajuste de 17,3% nas contas de energia elétrica na capital paulista e em 24 cidades da região metropolitana atendidas pela AES Eletropaulo. No acumulado de 2015, o aumento na conta de energia já passa de 75%. Privatização e consequente falta de investimentos pesam no bolso do trabalhador. Enquanto isso, a qualidade do fornecimento é cada vez pior.

A AES Eletropaulo é hoje a maior distribuidora de energia elétrica da América Latina, atendendo 6,7 milhões de unidades consumidoras, somando aproximadamente 20 milhões de pessoas atendida. A empresa, que emprega 10 mil trabalhadores, surgiu em 1999 após a privatização da antiga Eletropaulo, uma das grandes estatais privatizadas pela gestão tucana em São Paulo durante a década de 1990.

A empresa é controlada, como o nome indica, pelo capital imperialista do grupo AES Corporation, gigante norte-americana do setor elétrico que obtém lucros líquidos anuais próximos de R$2 bilhões.

Até agora, os aumentos são justificados pelos grandes empresários e pelos governos por conta dos custos elevados na geração de energia. Segundo as explicações oficiais, a estiagem do último ano provoca a queda nos reservatórios das hidrelétricas, fazendo com que boa parte da geração de energia tenha que ser coberta por usinas térmicas – que geram energia a partir do calor liberado pela queima de combustíveis como o carvão.

Contudo, as razões do alto custo e da produção insuficiente, se observarmos a longo prazo, parece repousar no caos e na completa falta de planejamento gerados pela onda de privatizações no setor. Hoje a maior parte da produção e transmissão de energia está nas mãos de consórcios privados, muitos deles com participação majoritária de capital estrangeiro. Cada empresa atua de acordo com seus próprios interesses, buscando o lucro máximo de seus acionistas.

Os resultados dessa política podemos sentir nos bolsos, mas também na péssima qualidade do serviço. São comuns os cortes indevidos e sem aviso prévio; os apagões; a demora para restabelecer o fornecimento. Isso sem falar que mais de 2 milhões de brasileiros não têm acesso a energia elétrica e parte dos que possuem só o têm se submetendo a “gatos” considerados ilegais pelas empresas.
A continuar no ritmo atual de aumento, e frente ao crescimento da inflação e do desemprego gerados pela crise econômica, veremos se repetir no Brasil o recente exemplo da Grécia, onde centenas de milhares de famílias tiveram o acesso à energia elétrica negados e voltaram a viver à base de luz de velas, como no século XIX.


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Economia



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